É oficial: Angela Davis vem ao Brasil em outubro!

A filósofa e ativista estadunidense virá em outubro a São Paulo e ao Rio de Janeiro, para lançar a edição brasileira de sua autobiografia no encerramento do Seminário Internacional “Democracia em Colapso?”, promovido pela Boitempo e pelo Sesc São Paulo.

Deu na Folha e no Estadão. Ícone do feminismo negro, a filósofa e ativista Angela Davis virá, em outubro, a São Paulo e ao Rio de Janeiro, para promover o lançamento da edição brasileira de sua autobiografia (Boitempo, 2019). Confirmando rumores que circulam no meio editorial nos últimos meses, a Boitempo, editora de Davis no país, em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, confirma a presença da escritora norte-americana na conferência “A liberdade é uma luta constante”, que encerrará o Seminário Internacional “Democracia em Colapso?”, promovido pela editora e pelo Sesc São Paulo, entre os dias 15 e 19 de outubro no Sesc Pinheiros. A mediação será da jornalista Adriana Ferreira Silva, editora-executiva de Marie Claire Brasil.

Esta será a quinta edição da parceria que, desde 2011 promove encontros sobre as mais recentes reflexões dos campos da teoria social e da filosofia. No total, cerca de 50 intelectuais e ativistas do Brasil e de outros países do mundo participarão do evento, que se decompõe em um curso de 4 aulas e um ciclo de 12 debates e palestras. As inscrições serão realizadas pelo site do Sesc São Paulo a partir do dia 25 de setembro (curso e pacote integral do ciclo de debates) e 09 de outubro (venda de dias avulsos do ciclo de debates). Mais informações e programação completa em www.democraciaemcolapso.com.br

Na segunda-feira 21 de outubro, Angela Davis fará nova conferência, desta vez no Auditório Ibirapuera, com comentários da pesquisadora Raquel Barreto (prefaciadora da edição brasileira da autobiografia de Davis) e mediação de Christiane Gomes (Fundação Rosa Luxemburgo). O evento é promovido em parceria entre Boitempo, Auditório do Ibirapuera, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de São Paulo e Itaú Cultural.

A passagem da filósofa pelo país se encerra na quarta-feira 23 de outubro, no Rio de Janeiro, onde Davis apresentará conferência e receberá a Medalha Tiradentes, concedida pela ALERJ por iniciativa da deputada estadual Renata Souza.

Além de Angela Davis, estão confirmadas também as participações internacionais de Patricia Hill Collins (autora de Pensamento feminista negro), Silvia Federici (autora de Mulheres e caça às bruxas) e Michael Löwy (autor de A estrela da manhã: marxismo e surrealismo).

Mais informações sobre a agenda de Angela Davis e sobre o seminário serão divulgadas no site e nas redes sociais da Boitempo.

#DemocraciaEmColapso #LeiaAngelaDavis

A autobiografia

Uma autobiografia, de Angela Davis, está disponível em versão capa dura, brochura e também e-book.

“Foram poucas as mulheres negras que narraram suas experiências e reflexões em primeira pessoa, o que faz a autobiografia de Angela tão significativa. Ela levanta indagações, observações e análises sobre a realidade que só um sujeito histórico socialmente atravessado pela intersecção da raça, gênero e classe poderia identificar. Por isso, a leitura deste livro é tão singular, porque traz esse outro olhar mais abrangente de ver e interpretar o mundo e, principalmente, transformá-lo.” — Raquel Barreto

Mulher, negra, feminista, marxista, intelectual, ativista. No início dos anos 1970, Angela Davis era tudo que o establishment estadunidense mais temia. Com firmeza, enfrentou uma dura e insidiosa perseguição: chegou a ser incluída na lista das pessoas mais procuradas pelo FBI. Aos 28 anos, escreveu esta poderosa autobiografia que a Boitempo publica pela primeira vez no Brasil, para narrar sua vida desde a infância até o ingresso na carreira universitária e o engajamento contra as opressões de raça, gênero e classe. Mais que um relato da juventude de um ícone da história contemporânea, este livro entrelaça lutas sociais e trajetória individual para provocar uma reflexão sobre o caráter estruturalmente violento do sistema carcerário, do machismo e do racismo, em libelo pelo direito à dignidade e à emancipação.

Com edição caprichada de Bibiana Leme, o livro tem tradução de Heci Regina Candiani e capa de Ronaldo Alves. O texto de apresentação é de Raquel Barreto, a orelha é da Anielle Franco e o texto de quarta-capa é de Zezé Motta.⠀

 

***

Angela Davis é filósofa, professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia e ícone da luta pelos direitos civis. Integrou o Partido Comunista dos Estados Unidos, tendo sido candidata a vice-presidente da República em 1980 e 1984. Próxima ao grupo Panteras Negras, foi presa na década de 1970 e ficou mundialmente conhecida pela mobilização da campanha “Libertem Angela Davis”. Autora de vários livros, sua obra é marcada por um pensamento que visa romper com as assimetrias sociais. Dela, a Boitempo publicou Mulheres, raça e classe (2016), Mulheres, cultura e política (2017), A liberdade é uma luta constante (2018) e Uma autobiografia (2019). O número 30 da revista semestral da Boitempo, a Margem Esquerda, traz também um belo artigo de Angela Davis sobre “Os legados de Herbert Marcuse“, seu orientador.

3 comentários em É oficial: Angela Davis vem ao Brasil em outubro!

  1. Jomo Oliveira Campos // 22/08/2019 às 2:54 am // Responder

    Ao ler Clóvis Moura, Giorgio Agamben,Norberto Bobbio, Chomsky, J. Chasin, Jessé Souza, Weber Lopes Góes, Ramatis Jacinto, Abdias Nascimento, Carolina Maria de Jesus, Sueli Carneiro, Lélia Gonzales, Djamila Ribeiro, Silvio Almeida, Joice Berth, Ingrid Limeira e tantos outros autores e autoras, ativistas, militantes, tenho tido cada vez menos dúvidas quanto ao caráter estruturalmente racista, patriarcal e autocrático da sociedade brasileira – e não é uma questão de momento, fase ou período: está no nosso “jeito de ser”. Não é coincidência que nazifascistas tenham chegado ao poder (com voto popular) nas últimas eleições e que, décadas atrás, na primeira metade do século XX, havia fazendas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil com a bandeira nazista hasteada; não é coincidência que neste país negros contabilizem 77% dos homicídios, muitos dos quais praticados por agentes do Estado, com “carta branca”; não sendo assassinados, ainda há a opção de encarceramento ou subemprego; taxas de feminicídio das mais altas; lgbtfobia também em alta; destruição de direitos trabalhistas; degradação ambiental em alta; anti-intelectualismo; perseguições políticas nas universidades e escolas, em diversas instituições onde pessoas se posicionem abertamente contra mandos e desmandos do atual governo (…).

    De qualquer forma é uma grande oportunidade pra aprender mais, ter mais insumos, talvez conhecer mais pessoas em movimento. Já tive a oportunidade de assistir a uma palestra com a Ericka Huggins na PUC-SP em 2013, falando sobre sua experiência com os Panteras Negras, foi incrível, inclusive para enxergar e entender certos estereótipos construídos sobre este partido. Espero que ela volte ao Brasil, também!

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  2. beeshirtsbrasil // 27/08/2019 às 6:26 pm // Responder

    Que maravilhoso isso, Aguardando ansiosa pela inscrição!

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