8 anos sem Mészáros: conheça a obra do marxista húngaro e aproveite descontos de até 50%

István Mészáros na sede da editora Boitempo, em junho de 2011.

Há exatos 8 anos, em 1º de outubro de 2017, perdíamos István Mészáros. Com uma trajetória intelectual e política exemplar, o filósofo nasceu em 1930, na Hungria. Criado pela mãe, operária, tornou-se ele também trabalhador em uma indústria de aviões de carga de Budapeste. Foi somente após o final da Segunda Guerra, em 1945, que pôde se dedicar aos estudos — formou-se em Filosofia em 1954, pela Universidade de Budapeste, onde mais tarde trabalharia como assistente de György Lukács no Instituto de Estética.

Com a entrada das tropas soviéticas no país em 1956 — episódio narrado no livro A revolta dos intelectuais húngaros —, exilou-se na Itália e passou a lecionar na Universidade de Turim, indo posteriormente trabalhar nas universidades de St. Andrews (Escócia), York (Canadá) e, por fim, Sussex (Inglaterra), onde, em 1991, recebeu o título de Professor Emérito. Vencedor de prêmios como o Attila József, em 1951; o Deutscher Memorial Prize, em 1970; e o Premio Libertador al Pensamiento Crítico, em 2008, Mészáros nos deixou uma vasta e profunda obra, com ferramentas incontornáveis para militantes e lutadores do Brasil e do mundo.

Para celebrar seu legado, entre e 1 e 8 de outubro de 2025, ou enquanto durarem os estoques, livros do filósofo estarão com descontos de até 50% no site da Boitempo. Confira as nossas indicações de leitura e aproveite conteúdos gratuitos para mergulhar na obra do marxista húngaro. A lista completa de títulos em promoção você encontra no botão abaixo:


Para além do capital, de István Mészáros
Obra de maior envergadura do filósofo húngaro, este livro é fruto de duas décadas de trabalho intenso, e uma das mais aguçadas reflexões críticas sobre o capital em suas formas, engrenagens e mecanismos de funcionamento. Influenciada por Marx, Lukács e Rosa Luxemburgo, a obra apresenta o desenho crítico e analítico mais ousado contra o capital e suas formas de controle social.

“[…] contra o pano de fundo dos desenvolvimentos sociais e econômicos marcados pela impressionante implosão do sistema soviético, hoje — mais do que nunca — é impossível pensar nas perspectivas futuras do socialismo sem uma reavaliação crítica radical da experiência histórica relevante. Esta é a razão por que nosso ponto de partida deve ser a forma como o movimento socialista fundado por Marx e Engels produziu um novo marco histórico, com a irrupção e sobrevivência temporária da Revolução Russa. Esta redefiniu, inevitavelmente e em termos práticos bastante tangíveis, a perspectiva da transformação socialista contemplada inicialmente.”
István Mészáros em Para além do capital

Para o autor, capital e capitalismo são fenômenos distintos e a identificação conceitual entre ambos fez com que todas as experiências revolucionárias vivenciadas no século XX — desde a Revolução Russa até as tentativas mais recentes de constituição societal socialista — se mostrassem incapacitadas para superar o sistema de metabolismo social do capital. O capitalismo seria uma das formas possíveis da realização do capital, uma de suas variantes históricas. O livro apresenta ainda um conjunto de teses centrais, que incluem a questão da efetiva emancipação das mulheres das diversas formas de opressão, além da temática ambiental.

“O único modo de controle reprodutivo social que se qualifica como socialista é o que se recusa a submeter as aspirações legítimas dos indivíduos aos imperativos fetichistas de uma ordem causal estruturalmente predeterminada. Em outras palavras, é um modo de reprodução sociometabólica verdadeiramente aberto com relação ao futuro, já que a determinação de sua própria estrutura causal permanece sempre sujeita à alteração pelos membros autônomos da sociedade.”
István Mészáros em Para além do capital



O poder da ideologia, de István Mészáros
Um clássico da teoria social contemporânea, este livro desafia o pensamento acadêmico e expõe o papel da ideologia na sociedade. O pensador marxista combina coragem intelectual e uma base sólida de conhecimento, destacando a importância de uma ideologia de emancipação na luta contra o capitalismo.

O projeto socialista parte da premissa de que há uma alternativa. Define as condições de implementação dessa alternativa — as condições práticas de emancipação — como uma forma de ação na qual o momento de negação adquire seu significado através dos objetivos positivos que acarreta. Eis por que o projeto socialista não pode se contentar com a negatividade da revolução política, ainda que ela seja necessária, mas deve lutar pela revolução social intrinsecamente positiva, no decorrer da qual os indivíduos associados podem ‘mudar de cima a baixo as condições de sua existência industrial e política, e, consequentemente, toda sua maneira de ser’ (Marx). E é por isso que se deve insistir, com Rosa Luxemburgo, que ‘o socialismo não pode ser e não será inaugurado por decreto; não pode ser estabelecido por qualquer go­verno, ainda que admiravelmente socialista. O socialismo deve ser criado pelas massas, deve ser realizado por todo proletário’.
— István Mészáros em O poder da ideologia


Para além do Leviatã: crítica do Estado, de István Mészáros
Ao falecer, em 2017, o filósofo húngaro István Mészáros deixou inacabada a “obra de sua vida”: uma crítica radical do Estado. O ambicioso projeto, pensado inicialmente para uma publicação em três volumes, teve apenas o primeiro parcialmente concluído e sua primeira edição mundial foi publicada em português, pela Boitempo, conforme desejo expresso pelo autor em vida. Assim, neste Para além do Leviatã, organizado pelo sociólogo estadunidense John Bellamy Foster, Mészáros apresenta a sua teoria do Estado de inspiração marxiana, insistindo na necessidade do “fenecimento do Estado” como condição de sobrevivência da humanidade.
Disponível também em capa dura.

“O grande dilema é o seguinte: ou a humanidade conseguirá, no futuro próximo, criar as condições sob as quais a reprodução social se tornará sustentável dentro do quadro da tomada de decisão racionalmente planejada e administrada da nossa casa planetária ou a violência endêmica, inseparável dos Estados-Leviatã historicamente constituídos, certamente destruirá a humanidade.
A crítica radical do Estado no espírito marxiano é necessária sobretudo por essa razão.”

— István Mészáros em Para além do Leviatã: crítica do Estado


Assista na TV Boitempo à conferência “A dialética em Lukács e o enigma do Estado”, proferida pelo filósofo em novembro de 2013, quando veio ao Brasil para lançar seu novo livro O conceito de dialética em Lukács. Aproveite também para ler no Blog da BoitempoA disputa pelo Estado“, entrevista concedida por Mészáros ao jornal O Globo.


A teoria da alienação em Marx, de István Mészáros
Quando este livro foi publicado pela primeira vez, em 1970, seu autor já enfatizava a necessidade de se pensar sobre os efeitos nocivos da globalização capitalista. Passados mais de meio século, mantém sua atualidade ao mostrar que a crença nesse sistema como solução para nossos problemas socioeconômicos é mais um sinal de seu caráter alienante: “a verdade incômoda” — argumenta Mészáros — é que a crise estrutural do sistema do capital “se aprofunda com o passar do tempo, acarretando destrutividade para todo domínio vital”.

Esta obra é uma tentativa de transcender esse impasse. Como? Mostrando de que forma o capitalismo interfere em nossa capacidade de autocontrole e nos aliena das forças produtivas, que ele esgota em seu “desígnio fetichista de expansão incontrolável”. Dividido em três partes que explicam as origens e a estrutura da teoria marxiana, aspectos da alienação e a importância contemporânea da teoria da alienação de Marx, o livro traz um estudo profundo dos Manuscritos econômico-filosóficos do pensador alemão, se contrapõe à divisão entre o “jovem” e o “velho” Marx e se encerra com uma reflexão sobre a crise na educação.

“As numerosas versões da abordagem do ‘jovem Marx versus Marx maduro’ (ou vice-versa) têm algo em comum. E é isto: um esforço para contrapor economia política a filosofia ou filosofia a economia política, e usar Marx como autoridade para dar suporte a essa pseudoalternativa. Falando em linhas gerais, aqueles que querem evitar ou rejeitar os problemas filosóficos vitais — e de modo algum especulativos — da liberdade e do indivíduo tomam o partido do ‘economista político maduro’ ou do Marx ‘científico’, enquanto os que pretendem que a força prática do marxismo (que é inseparável de sua desmistificação da economia capitalista) nunca existiu exaltam o ‘jovem filósofo Marx’.
— István Mészáros em A teoria da alienação em Marx


A educação para além do capital, de István Mészáros
Ensaio provocante sobre a educação, questionando visões liberais e utópicas. O autor enfatiza a conexão entre processos educacionais e sociais e destaca a necessidade de romper com as relações sociais sob o controle do sistema do capital para promover mudanças no sistema educacional.

Inevitavelmente, os primeiros passos de uma grande transformação social na nossa época envolvem a necessidade de manter sob controle o estado político hostil que se opõe, e pela sua própria natureza deve se opor, a qualquer ideia de uma reestruturação mais ampla da sociedade. […] Portanto, desde o início o papel da educação é de importância vital para romper com a internalização predominante nas escolhas políticas circunscritas à “legitimação constitucional democrática” do Estado capitalista que defende seus próprios interesses.”
— István Mészáros em A educação para além do capital


Na TV Boitempo você encontra a íntegra do curso “INTRODUÇÃO A ISTVÁN MÉSZÁROS” para se aprofundar em diferentes aspectos de sua obra.






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1 comentário em 8 anos sem Mészáros: conheça a obra do marxista húngaro e aproveite descontos de até 50%

  1. Avatar de Desconhecido Wagner Suita // 01/10/2025 às 1:45 pm // Responder

    Un saludo J3 Wagnerur Ss3ugjg68y8uf3uitac

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