Cultura inútil: Personalidade

De Simone de Beauvoir ao Papa Francisco, passando por Malcolm X e Ghandi, Mouzar Benedito reúne as melhores frases e ditados sobre "Personalidade".

Por Mouzar Benedito.

“Se você tiver que adquirir personalidade
em algum livro de autoajuda,
é porque não tem nenhuma”
(Não sei quem disse isso, mas concordo)

Estranhamente, a palavra “personalidade” insiste em ficar na minha mente desde o processo eleitoral acontecido há poucos meses. O Facebook contribuiu para isso. Como já disse várias vezes, eu me negava a entrar no dito-cujo, mas em 2018 cedi à insistência de algumas pessoas e entrei. Durou pouco.

O padre Antônio Vieira dizia que “o melhor retrato de cada um é aquilo que escreve”, e hoje em dia parece que isso se comprova no tal de Facebook. Muita gente revela sua verdadeira personalidade nessa coisa. Despem-se das aparências.

Então, entrei nessa “mídia social” e não gostei do que vi. Peguei ojeriza por certas pessoas e (injustamente?), pela ferramenta que usam para se expor. Tem aquele ditado: “Portador não merece pancada”, e realmente o Facebook é só o “portador” da revelação de personalidades. Se ele leva notícia ruim a culpa não é dele.

Numa época de tantos afastamentos, é ruim “perder” relacionamentos amigáveis ou mais ou menos amigáveis. Mas vale a pena manter esses relacionamentos? Enquanto não sabia o que certas pessoas realmente são, ficava por isso mesmo, mas sabendo, dá pra engolir?

O certo é que existe personalidade e “personalidade. “Personalidade” pode ser justificativa para coisas injustificáveis. Incluo nisso as “justificativas” dos seguidores de Bolsonaro para as imbecilidades que ele diz: “É o jeito dele”. Pronto. Só isso. “Jeito” e personalidade aí podem ser vistos como sinônimos. Ou caráter. Lembro-me de uma frase que disse uma vez a um sujeito: “Caráter não lhe falta, tem até de sobra. Só que péssimo”.

Hitler dizia que você pode cometer o crime que quiser e culpar a oposição, que “as massas acreditam”. Seguidor de Bolsonaro é assim, acredita, e ele segue o mestre, culpando ONGs por queimadas na Amazônia, em grande parte consequência do que ele e seus ministro do sem ambiente vêm falando fazendo.

Enfim, é a “personalidade” dele, como disse um pastor deputado. Pode fazer o que quiser, agredir quem quiser, ofender, ser grosso, culpar os outros pelos efeitos horríveis de seu governo, falar merda direto. Aliás, merda é um assunto recorrente dele. Assim, vale, por exemplo, uma agressão gratuita à mulher do presidente da França, dizendo que a idade dela, comparada com a da primeira-dama brasileira, é a explicação para as críticas do presidente francês ao brasileiro.

Para tentar aliviar minha mente que insiste na palavra “personalidade”, coletei um montão de frases (montão mesmo) e reproduzo aqui.

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Tati Bernardi: “Ela é burra, limitada, quieta e sem personalidade. Ela é a mulher perfeita pra você”.

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Papa Francisco: “Não é necessário consultar um psicólogo para saber que quando você denigre o outro é porque você mesmo não consegue crescer e precisa que o outro seja rebaixado para você se sentir alguém”.

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Martha Medeiros: “A mulher interessante não é propriamente bonita, mas tem personalidade, tem postura, tem um enigma no fundo dos olhos e uma malícia que inquieta todos quando sorri… As pessoas se questionam: o que é que essa mulher tem? Ela tem algo. Pronome indefinido: algo. Ficar bonitinha, muitas conseguem, mas ter algo é para poucas”.

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Alphonse Karr: “Cada homem possui três personalidades: a que exibe, a que tem e a que pensa que tem”.

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Nietzsche: “Torna-te aquilo que és”.

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Cora Coralina: “Procuro suportar todos os dias minha própria personalidade renovada, despencando dentro de mim tudo que é velho e morto”.

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Vergílio Ferreira: “Não é por causa dos outros que somos o que somos: é sempre por causa de nós”.

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Assis Chateaubriand: “Vargas deverá ter sido o ser mais estranho e sobre-humano que teve até hoje a galeria dos homens de governo”.

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Paul Harris: “A personalidade tem o poder de elevar, o poder para oprimir, o poder de amaldiçoar e o poder de abençoar”.

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Martin Luther King: “Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele”.

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Tristão de Ataíde: “A primeira condição para ser alguma coisa é não querer ser tudo ao mesmo tempo”.

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Malcolm X: “Todas as experiências se fundem em nossa personalidade. Tudo o que nos acontece é um ingrediente”.

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Carl Jung: “Existem bilhões de pessoas no planeta e muitos tipos de personalidades diferentes. Algumas são introvertidas, outras extrovertidas; algumas se guiam pela lógica e outras pelos sentimentos. Em um mundo com tanta diversidade, como aprendemos a lidar com aqueles que são diferentes? E como aprendemos a entender e aceitar quem nós somos?”.

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Jung, de novo: “O encontro de duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambas sofrem uma transformação”.

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Henry Van Dyke: “No progresso da personalidade, o primeiro é a declaração de independência e, em seguida, o reconhecimento da interdependência”.

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Herta Muller: “Eu embalei-me em silêncio de uma forma tão profunda e por tanto tempo que nunca mais consegui exprimir-me usando palavras. Quando falo, apenas me embalo de forma um pouco diferente”.

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Epicuro: “Imagine-se para si mesmo um caráter, modelo de personalidade cujo exemplo esteja determinado a seguir, tanto em privado e em público”.

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Kurt Cobain: “Eu uso pedaços de personalidade de outros para construir a minha”.

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Alice Cooper: “Eu tenho complexo de Peter Pan com personalidade de Capitão Gancho”.

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Fernando Pessoa: “Sou a cena nua onde passam vários atores representando várias peças”.

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Fernando Pessoa, de novo: “Ser imoral não vale a pena, porque diminui, aos olhos dos outros, a vossa personalidade, ou a banaliza. Ser imoral dentro de si, cercada do máximo respeito alheio”.

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Alberto Caeiro: “Aceito por personalidade: nasci sujeito como os outros a erros e a defeitos, mas nunca ao erro de querer compreender demais, nunca ao erro de querer compreender só com a inteligência, nunca ao defeito de exigir do mundo que fosse qualquer coisa que não fosse o mundo”.

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Annie Frank (em seu “diário”): “Eles criticam tudo a meu respeito – e quer dizer tudo mesmo: meu comportamento, minha personalidade, meus modos; cada centímetro meu, da cabeça aos pés e dos pés à cabeça”.

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James Russell Lowell: “Não importa do que você tenha certeza, tenha certeza de uma coisa: você é igualzinho a um bando de gente”.

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Ana Carolina: “O amor é um rock e a personalidade dele é um pagode”.

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Glauber Rocha: “Não me interesso pelo público, não persigo o elogio e tenho horror a me sentir gratificado”.

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Bob Marley: “Eu não ligo para o que as pessoas pensam sobre mim, porque minha personalidade não é de opiniões e sim de atitudes”.

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Arlindo Colaço: “O ser humano é, por natureza, sujeito a quedas e falibilidades”.

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Doris Lessing: “Para as mulheres como eu, a integridade não é castidade, não é fidelidade, não corresponde a nenhuma das palavras antigas. Integridade é o orgasmo. É algo sobre o qual não tenho controle”.

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Max Nunes: “Personalidade é aquilo que uma pessoa tem quando não está precisando de emprego”.

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Oscar Wilde: “Se há uma coisa que destrua a personalidade, essa coisa é a fidelidade às promessas; talvez também o gosto pela verdade”.

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Oscar Wilde, de novo: “Só os ocos conhecem a si próprios”.

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Oscar Wilde, de mais uma vez: “Quase todas as pessoas são outras pessoas. Seus pensamentos são alheios, suas vidas uma mímica, seus amores uma frase”.

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E mais Oscar Wilde: “A personalidade é coisa assaz misteriosa. Nem sempre podemos analisar o homem pelo que faz: às vezes ele observa a lei e, no entanto, não possui valor; outras, infringe-as e, no entanto, é grande”.

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Margaret Thatcher: “Faça você um cavalo-de-pau, se quiser. Esta mulher não recua”.

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Agustina Bessa-Luis: “A rapidez que as pessoas imprimem às suas vidas faz com que simplifiquem a realidade e fabriquem o que se chama a ‘personalidade do momento’. Sobretudo nos políticos e homens à escala governativa, isso exprime-se por manifestações impulsivas, peculiares a cada hora, vinculadas às situações proteiformes”.

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Madonna: “Eu acho que no final, quando você é famoso, as pessoas gostam de reduzi-lo a alguns traços de personalidade. Eu acho que me tornei ambiciosa. Intimidante. E isso é parte da minha personalidade, mas certamente não é, de longe, o conjunto completo”.

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Catherine Zeta Jones: “Eu tento manter uma atitude positiva. Ser negativo não é bom para a minha personalidade. Me baixa o humor e afeta os que me rodeiam”.

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David F. Wells: “Em nossa cultura pós-moderna, dominada pela televisão, e a imagem sensível e moralmente vazia, a personalidade é tudo e o caráter é cada vez mais irrelevante”.

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Clóvis Bevilacqua: “Personalidade é a aptidão, reconhecida pela ordem jurídica a alguém, para exercer direitos e contrair obrigações”.

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W. C. Fields: “Um homem que detesta crianças e cachorros não pode ser mau de todo”.

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T. S. Eliot: “A poesia não é um voltar-se para a emoção, mas uma fuga da emoção; não é a expressão da personalidade, mas uma fuga da personalidade. Mas, é claro, somente aqueles que têm personalidade e emoções sabem o que significa querer fugir delas”.

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J. W. Goethe: “Personalidade é tudo na arte e na poesia”.

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Salvador Dalí: “A pintura é uma parte infinitamente diminuta da minha personalidade”.

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George Foreman: “O esporte precisa de personalidade, não de um lutador. Temos um monte de grandes lutadores no esporte, mas não de personalidades. Ninguém está para defender nada. O último caractere que tínhamos era Mike Tyson. Ele defendia alguma coisa. Não era muito, mas manteve-se firme por uma causa”.

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Joseph Addison: “Um temperamento agradável pode compensar-nos a falta de beleza, mas a beleza não basta para nos indenizar de um temperamento desagradável”.

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Anaïs Nin: “A ela falta o núcleo da sua própria segurança; ela deseja admiração insaciavelmente. Vive de reflexos de si mesma aos olhos dos outros. Ela não se atreve a ser ela mesma”.

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Natalie Portman: “É lindo quando a personalidade de uma pessoa brilha através da sua aparência. Como na maneira de caminhar, cada vez que você olha, o que você quer é ir abraçá-la”.

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Charles Caleb Colton: “O orgulho é como um ímã apontado constantemente para um objeto; a personalidade, porém, ao contrário do ímã – ela não possui polo atrativo – repele em todas as direções”.

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Rousseau: “Há momentos em que eu sou tão diferente de mim que poderia ser tomado por outra pessoa, de uma personalidade totalmente oposta”.

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Bruce Lee: “Seja sempre você mesmo, expresse-se, tenha fé em si mesmo, não saia à procura de uma personalidade bem-sucedida para duplicá-la”

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Simone de Beauvoir: “Seja você mesmo, apenas você mesmo, é uma experiência incrível e totalmente original que é difícil de se convencer de que algo tão singular acontece a todos”.

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Ralph Emerson: “Ser você mesmo em um mundo que está constantemente tentando fazer de você outra coisa é a maior realização”.

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Steven Spielberg: “Nunca me senti confortável comigo próprio como fazendo parte de uma maioria. Sempre me senti estranho e tímido, e de fora dos grandes momentos das vidas dos meus amigos”.

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Erich Fromm: “O amor muitas vezes não é senão um câmbio favorável entre duas pessoas que recebem a melhor parte do que elas podem esperar, considerando o seu valor no mercado de personalidade”.

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Miguel Unamuno: A dor é a substância da vida e a raiz da personalidade, pois somente sofrendo se é uma pessoa”.

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Khalil Gibran: “Do sofrimento emergiram os espíritos mais fortes, as personalidades mais sólidas estão marcadas com cicatrizes”.

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André Gide: “A personalidade dos grandes homens faz-se das suas incompreensões”.

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André Gide, de novo: “Nós preferimos ir deformando e distorcendo todas as nossas vidas, ao invés de tornar-se como o retrato de nós mesmos que nos têm atraído. É um absurdo. Corremos o risco de deformar o melhor de nós”.

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Rebecca McKinsey: “Eu prefiro ser uma pequena estranha que uma grande chata”.

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Renato Russo: “Se tivesse que fazer tudo de novo, faria tudo de novo, pois é da minha personalidade”.

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Gandhi: “Eu quero a liberdade para a plena expressão da minha personalidade”.

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Clarice Lispector: “É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo”.

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Clarice Lispector, de novo: “Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar”.

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Marquês de Maricá: “Muitas pessoas se prezam de firmes e constantes que não são mais que teimosas e impertinentes”.

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Bernard Shaw: “A vida é uma pedra de amolar; ela vos desgasta ou afia, conforme o metal de que sois feito”.

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Richard Lindgard: “É possível descobrir mais sobre uma pessoa numa hora de brincadeira do que num ano de conversa”.

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Guimarães Rosa: “O mineiro traz mais individualidade que personalidade. Acha que o importante é ser, e não parecer, não aceitando cavaleiro por argueiro nem cobrindo os fatos com aparatos. Sabe que ‘agitar-se não é agir’”.

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Guimarães Rosa, de novo: “Se a semente tivesse ‘personalidade’, nem a árvore nasceria”.

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Caio Fernando Abreu: “Você tem alguma receita pra gente mudar de vida? E pra tomar decisões: E para mudar de personalidade? E para flagrar-se? E para pagar o karma em suaves prestações? E pra desorientação aguda, você tem? Se tiver, me passa que eu preciso”.

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Mouzar Benedito, jornalista, nasceu em Nova Resende (MG) em 1946, o quinto entre dez filhos de um barbeiro. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). Estudou Geografia na USP e Jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo. É autor de muitos livros, dentre os quais, publicados pela Boitempo, Ousar Lutar (2000), em co-autoria com José Roberto Rezende, Pequena enciclopédia sanitária (1996), Meneghetti – O gato dos telhados (2010, Coleção Pauliceia) e Chegou a tua vez, moleque! (2017, e-book). Colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças. 

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