Farsa eleitoral ou luta eleitoral: a prioridade das ruas e a disputa nas urnas

Teoria da Revolução no Jovem Marx Final 02.inddPor Mauro Iasi. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), através de seu ministro, Marco Aurélio, anunciou a campanha da instituição para tentar atrair os jovens para as eleições. Ao falar das motivações da campanha o Ministro afirmou: “Vamos fazer uma propaganda institucional cujo mote será: NÃO VEM PARA A RUA, VEM PARA A URNA.” A coordenadora de Comunicação do TSE, a “jovem” Verônica Tavares, foi ainda mais explícita ao reafirmar que o mote principal será convencer os jovens que “ao invés de ir às ruas, têm que ir às urnas” e conclui dizendo que:

“O momento do jovem se expressar é indo às urnas, porque assim ele vai poder se manifestar realmente e fazer parte da decisão”.

A boa notícia é que, ao que parece, as manifestações de massa assustaram o governo a ponto de ele ter que fazer uma campanha institucional com medo de uma juventude que redescobriu as ruas como espaço da política e a luta como meio de exigir aquilo que necessita, demonstrando, praticamente, os limites da chamada democracia representativa. A má notícia é que a campanha institucional do TSE semeia confusão e reforça o que há de pior no conservadorismo político que reina entre nós. É, neste sentido, profundamente antidemocrática.

Os governos petistas produziram uma profunda despolitização com a intenção de manter sua governabilidade fundada em um pacto social com as classes dominantes, isto é, optaram por uma aliança por cima que esvazia as formas autônomas e independentes próprias da classe trabalhadora que, em grande medida, estão na base da mudança da correlação de forças que os levaram ao governo: as greves, as manifestações de massa, as lutas populares, etc.

Durante 12 anos de governo petista, não vimos, uma vez se quer, as massas trabalhadoras serem chamadas como ator político importante para intervir num impasse no qual alguma demanda popular estivesse ameaçada por uma resistência conservadora. Pelo contrário, era necessário desarmá-la e apassivá-la, para passar sem problemas a reforma da previdência, o código florestal, a continuidade da política de privatizações, diretas ou indiretas, a prioridade para o agronegócio, a farra dos grandes eventos e o abandono da Reforma Agrária.

Na atual estratégia política em curso não há lugar para as lutas de massa e movimentos independentes da classe trabalhadora. Pelo contrário, quando eles emergem atrapalham a governabilidade costurada por cima, via alianças com bancadas de sustentação parlamentar, poderosos lobbies que representam os interesses do grande capital monopolista (como empreiteiras, bancos, grandes empresas, etc.). É natural que diante da explosão social que estamos vendo no Brasil, as instituições se preocupem em dizer aos jovens que o espaço para “se manifestar realmente e fazer parte da decisão” esta nas urnas e não nas ruas.

Ora, este argumento é falho por inúmeros motivos, mas vamos ao essencial. Nenhum centímetro de direito, nenhum milímetro de conquista, veio pelas urnas. A própria crise da ditadura e o processo de democratização não veio simplesmente porque o MDB cresceu nas eleições de 1974, mas, fundamentalmente, pelas lutas de massas e pelas greves operárias no final dos anos 1970. Nenhum centímetro de terra foi desapropriada para a reforma agrária sem que tivesse mobilização, luta e, não raro, mortes para que cercas dessem lugar a assentamentos, nenhum direito surgiu do “auto-aperfeiçoamento das instituições”, como esperava Marshall e sua famosa “evolução do quadro institucional”, mas da luta, como é o caso exemplar da luta das mulheres, para não falar de direitos dos trabalhadores que agora são flexibilizados.

Todo Direito nasce fora do direito estabelecido e, muitas vezes, contra ele. Menosprezar o papel das lutas sociais e das mobilizações como fonte de resistência e defesa de direitos e luta por demandas populares não é apenas uma bobagem, é perigoso. Mesmo o direito ao voto só existe por conta de muita luta, no mundo e aqui no Brasil. O que o TSE, como instrumento do Estado burguês sob direção do governo petista, está dizendo, em poucas palavras é: a ÚNICA forma de participar e expressar a indignação, o protesto e buscar outros caminhos são as eleições, é a URNA e não a rua.

Regressamos a Hobbes. O voto não é poder soberano, é transferência de poder soberano. Dizia o pensador inglês do século XVII que o Estado é instituído quando as pessoas concordam e pactual em transferir seu direito de governar-se a si mesmo à um homem ou uma assembléia de homens, de forma que “deverão autorizar todos seus atos e decisões desse homem ou assembléia de homens, tais como se fossem seus próprios atos e decisões” (Thomas Hobbes, Leviatã, capítulo XXI).

Segundo o TSE, os jovens devem preferir as urnas às ruas porque nelas eles podem de fato “fazer parte da decisão”. Será? Não ficou demonstrado pela história recente o enorme poder que os grupos econômicos burgueses têm de intervir na decisão política dos ditos representantes, sejam eles parlamentares ou do poder executivo? Ao transferirmos o poder para esta “assembléia de homens”, ou para determinado homem ou mulher, aceitamos que depois de trabalhar toda uma vida devemos nos aposentar ganhando menos e termos nossa pensão reajustada de forma diferente daqueles que estão na ativa? Aceitamos que quase 50% do fundo público seja sangrado para banqueiros enquanto áreas essenciais como saúde ou educação fiquem com o que sobra, concordamos como uma política tributária na qual são os pobres que mais pagam imposto e os ricos gozem de uma infinidade de isenções e “incentivos”?

Por tudo isso é natural que haja descontentamento com a democracia representativa e com as formas institucionais de uma política “bem comportada” que quer democratizar o Estado burguês e humanizar o capitalismo. O que explodiu na cara destes senhores (e senhoras) amantes da lei e da ordem é o limite de sua própria estratégia gradualista e antipopular, que de fato expressa o limite da ordem capitalista burguesa – que não pode ser reformada. Temos mais que ir para as ruas, ir em maior número e mais incisivamente, porque é lá que se joga a parte essencial do jogo político e onde os interesses da maioria podem emergir.

O crescimento deste descontentamento aparece de duas maneiras: pelo crescimento do voto nulo e a rejeição aos processos eleitorais, ou pela busca de alternativas políticas na disputa eleitoral.

A defesa do voto nulo cresceu e deve crescer ainda mais e devemos respeitar esta posição. Ela expressa não apenas descontentamento, mas a compreensão dos limites da farsa eleitoral e da possibilidade de alcançar mudanças profundas pela reforma do Estado, como se fosse possível usar o Estado burguês para iniciar uma transição que nos levasse para além da ordem da mercadoria e do capital. Mas não apenas. O problema do voto nulo é que ele abriga conteúdos muito distintos que são difíceis de separar. Parte do conteúdo do voto nulo é um descontentamento conservador, que culpa a democracia pelo risco da ordem que lhes interessa manter, que generaliza a culpa da política como atividade corrupta e degenerada e clama pela volta da autocracia burguesa sem disfarces.

No campo da busca de alternativas políticas o cenário não é menos complicado. O maior risco é o velho discurso do voto útil. O debate sobre as alternativas reais e necessárias se esconde por de trás do mando enganoso do “menos pior” ou das falsas dicotomias (neoliberalismo ou neo-desenvolvimentismo?). Há, ainda, as alternativas artificiais, aquelas que aproveitam do desgaste do governo para se beneficiar da lógica da alternância, tentando esconder o fato que até ontem estavam todos lá e que no fundo defendem o mesmo conteúdo sob outras formas.

Há as alternativas à esquerda e entre elas, sem dúvida, os que ainda padecem da crença na possibilidade de um gradualismo reformista que possa democratizar a sociedade capitalista e o Estado burguês (ainda que reafirmando a necessidade de uma meta socialista), ou que, mesmo taticamente, crêem na possibilidade de ocupar pequenos espaços no jogo parlamentar como acúmulo político para projetos futuros de transformação social.

Diante desse cenário, muitos acreditam que a possibilidade do voto nulo se apresenta como uma alternativa necessária, como é o caso de meu querido camarada Gás PA, combativo militante do hip hop revolucionário, e meu amigo Ivo Tonet, intelectual e militante de primeira ordem. Ivo Tonet, que fez uma instigante contribuição ao debate, depois de algumas considerações sobre o caráter da sociedade capitalista e a necessidade de superação estado burguês (que concordamos), afirma que:

“Em consequência disto, só faz sentido a classe trabalhadora participar do processo político-eleitoral se ela puder controlar os seus representantes. Mas, ela só poderá controlá-los se estiver consciente dos seus interesses e organizada para defendê-los. Este controle não é, de modo nenhum, uma questão jurídica, mas política. Ele mesmo só teria sentido em um momento em que a luta extraparlamentar, contra o capital e contra o próprio Estado, fosse o eixo da luta, o que caracterizaria, já, um processo revolucionário.” (Ivo Tonet, “Eleições: repensando caminhos”)

Concordamos que não se trata de uma questão jurídica, mas política, isto é, não se trata de uma engenharia institucional ou uma reforma política qualquer que poderia reverter o caráter de classe do Estado burguês, pois este é determinado pelas relações sociais, formas de propriedade, a forma mercadoria subssumida ao capital. No entanto, quando Tonet afirma que só faria sentido a participação nos processos eleitorais quando os trabalhadores puderem “controlar seus representantes”, quando a luta extraparlamentar já atingiu a temperatura de um “processo revolucionário”, cai num paradoxo, pois desta forma a luta eleitoral só seria um meio válido se já estivéssemos chegado ao fim.

Afinal, para aqueles que tem uma posição revolucionária, não acreditam na reforma da sociedade burguesa/capitalista e defendem uma alternativa socialista e comunista, ou seja, uma sociedade fundada na livre associação dos produtores, com o fim das classes e, portanto, do Estado, que tem convicção que será necessário, portanto, uma ruptura; tem algum sentido participar das eleições? A resposta de Tonet é, neste caso, simplista, contrapondo de um lado a posição revolucionária e de outra a opção por participar das eleições.

O que nos chama a atenção no texto de nosso companheiro Ivo Tonet é que ele, frequentemente indica textos de marxistas ou do próprio Marx para respaldar sua posição, mas não trás nenhuma citação. Creio que por um motivo evidente, se é verdade que encontraria várias passagens destes clássicos revolucionários alertando para os limites da luta eleitoral ou, mais explicitamente, sobre o equívoco de pensar na possibilidade de um gradualismo sem rupturas, o autor não encontraria uma passagem sequer destes revolucionários negando a possibilidade de participar das eleições, e não somente em momentos revolucionários.

Isso por um simples motivo: todos eles, TODOS, (Marx, Engels, Lênin, Troski, Lukács, Gramsci, Rosa, Che, etc.) defendiam a tática de participar de eleições, sem perder de vista os objetivos estratégicos. Vamos a alguns exemplos:

Marx e Engels na Mensagem do Comitê Central à liga dos comunistas, ao tratar da possibilidade, na Alemanha, de no curso da luta ser chamada a eleiçãopara uma assembléia nacional representativa, defendem que:

“I. Nenhum núcleo operário seja privado de voto, a pretexto algum, […] II. Ao lado dos candidatos burgueses democráticos figurem em toda parte candidatos operários escolhidos na medida do possível entre os membros da Liga [Liga dos Comunistas], e que para seu triunfo se ponham em jogo todos os meios disponíveis. Mesmo que não exista esperança alguma de triunfo, os operários devem apresentar candidatos próprios para conservar sua independência […].”

Lênin e Trostki na direção da Revolução Russa passaram, no momento mais agudo da crise, por duas situações nas quais tiveram que decidir participar ou não das eleições, uma antes da tomada do poder quando o Governo Provisório chamou eleições para uma Conferencia Nacional e outro depois de outubro/novembro quando se deu as eleições para a Constituinte. Nas duas situações os bolcheviques participaram das eleições.

Rosa de Luxemburgo, que por desconhecimento ou interesse é evocada na defesa de um espontaneísmo absoluto, afirmava, exatamente no texto em que defende a importância da greve de massas e a necessidade de pensar a ação espontânea no conjunto da estratégia revolucionária, que:

“O perigo mais iminente que espia há anos o movimento operário alemão é o golpe de Estado da reação que pretendesse privar as mais largas camadas populares do seu mais importante direito político: o sufrágio universal.”

Gramsci que foi deformado até parecer um reformista socialdemocrata ou liberal, mas que, ao nosso juízo, manteve-se coerentemente marxista, se perguntava em um texto do jornal L’OrdineNuovo de 1919, intitulado Os revolucionários e as eleições, o que deveriam esperar das eleições os revolucionários conscientes” que escolheria por sufrágio universal o Parlamento e seus deputados, como “máscara da ditadura burguesa”. E respondia:

“Não esperam decerto a conquista de metade mais um dos lugares e uma legislatura, […] [para] tornar mais fácil e cômoda a convivência das duas classes, a dos explorados e dos exploradores. Esperam, pelo contrário, que o esforço eleitoral do proletariado consiga fazer entrar no Parlamento um bom nervo de militantes […] para tornar impossível […] um governo estável e forte, para obrigar a burguesia a sair do equívoco democrático, a sair da legalidade, e determinar uma sublevação dos estratos mais profundos e vastos da classe trabalhadora […].

Por fim, o insuspeitável Comandante Che Guevara em sua critica à via pacífica, depois de considerar que em certos países da America Latina, por conta de um certo desenvolvimento do capitalismo industrial, prevalecia uma visão institucionalista que chegava a acreditar no aumento quantitativo de representantes revolucionários no parlamento, perguntasse se esta via poderia ser uma caminho para o socialismo em nossas terras. Logo depois de afirmar que não crê que isso seja possível, o Comandante alerta que não devemos “descartar a possibilidade que em algum país a mudança se inicie pela via eleitoral”. E conclui que “seria um erro imperdoável descartar por princípio a participação em algum processo eleitoral”, pois poderia, em um determinado momento, “significar um avanço do programa revolucionário”. Evidente que, segundo Che, seria igualmente errado limitar-se a esta forma de luta.

Como vemos, ainda que a experiência histórica nos alerte sobre os riscos deste terreno perigoso (e nisso estamos de acordo com Tonet, Gás PA e outros), não há uma conexão direta entre o uso da luta eleitoral e o caráter irremediavemente reformista ou conciliador de uma estratégia.

A questão, então, é: se não devemos descartar por princípio (coisa que Tonet concorda), seria no quadro atual da situação brasileira uma alternativa válida?

Acreditamos que sim e mais que isso, necessária. Ao contrapor as ruas e as manifestações, assim como as lutas dos trabalhadores, às urnas, o TSE quer expulsar do debate eleitoral a posição da esquerda socialista e comunista que vê nas demandas que emergiram das manifestações o germe de um programa político anticapitalista e revolucionário para o Brasil, que não é só uma alternativa possível, mas urgente e necessária. Desta forma espera restringir o debate eleitoral às alternativas no campo da ordem (Continua o PT, volta para o PSDB ou tenta o PSB que caiu na Rede).

Neste cenário, a negação em participar das eleições pode referendar exatamente o que se deseja negar, isto é, que as alternativas estão restritas ao bloco dominante e não é possível uma alternativa anticapitalista. Colocar este tema no debate é estragar a festa do aparente consenso, não como alternativa às ruas, mas para trazer o que explodiu nas ruas para dentro do debate eleitoral.

Evidente que o centro são as ruas, as lutas dos trabalhadores, as greves e necessidade de construção de uma alternativa real de poder, um poder popular, anticapitalista e socialista. Alguns estarão lá, nas ruas, e vão defender o voto nulo, outros estarão lá também, nas ruas, e vão tentar meter o pé na porta no espaço privativo das eleições no qual não nos querem (como mostra as cláusulas de barreira e a restrição ao amplo debate de projetos) para defender uma alternativa socialista e revolucionária.

Em síntese: anule seu voto, vote na esquerda revolucionária… mas, não saia das ruas! É por lá que passa a mudança.

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Mauro Iasi assina o posfácio do novo livro de Slavoj Žižek, Violência: seis reflexões laterais. A edição brasileira, que chega às livrarias este fim de semana, vem acrescida ainda de um prefácio inédito do filósofo esloveno, escrito especialmente para o momento sombrio em que vivemos no país.

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Mauro Luis Iasi é um dos colaboradores do livro de intervenção Cidades Rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil, organizado pela Boitempo. Com textos de David Harvey, Slavoj Žižek, Mike Davis, Ruy Braga, Ermínia Maricato entre outros. Confira, abaixo, o debate de lançamento do livro no Rio de Janeiro, com os autores Carlos Vainer, Mauro Iasi, Felipe Brito e Pedro Rocha de Oliveira:

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Mauro Iasi é professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, pesquisador do NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas), do NEP 13 de Maio e membro do Comitê Central do PCB. É autor do livro O dilema de Hamlet: o ser e o não ser da consciência (Boitempo, 2002) e colabora com os livros Cidades rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil e György Lukács e a emancipação humana (Boitempo, 2013), organizado por Marcos Del Roio. Colabora para o Blog da Boitempo mensalmente, às quartas.

13 comentários em Farsa eleitoral ou luta eleitoral: a prioridade das ruas e a disputa nas urnas

  1. Fabio Cristovam // 14/05/2014 às 10:28 pm // Responder

    Entendo sua critica ao Tonet quando diz que autores e militantes como Marx, Engels, etc, defendiam a participação eleitoral. Mas antes de tudo devemos contextualizar. Primeiro, que quando estes autores citados – entendo eu com minha pouca leitura – defendiam a participação parlamentar é porque viviam em uma época que através do estado era possível conseguir algum avanço neste terreno (O capitalismo encontrava-se ainda em fase de expansão, o que permitia “ganhos”), e o que a historia mostrou que foram retiradas depois em tempos de crise do capitalismo. Segundo porque não é porque o fizeram que temos que repetir, pelo contrario, as derrotas foram muito maior, e ocupar esses espaços ou simplesmente votar, só acarretou na desmobilização politica que encontramos hoje. terceiro, estamos vivendo uma crise estrutural (segundo Mészáros), onde o Estado não pode mais oferecer vantagens para os trabalhadores (ou oprimidos em geral). E por fim ha de se considerar a respeito de Che e Gramsc como “revolucionarios”, Lenine, teve de enfrentar condições objetivas que não favoravel, mas não justifica sua traição.

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    • Mauro Luis Iasi // 15/05/2014 às 5:32 pm // Responder

      Oi Fabio
      É verdade, é necessário contextualizar. O contexto histórico do final do seéculo XIX ou o século XX são distintos de nossos tempos. A referência a este autores nos serve apenas para limpar o terreno do preconceito, mas a participação ou não tem que ser pensada nos termos da atual situação.
      é exatamente por isso que creio que o importante, como defendo no texto, é não contrapor de forma mecânica um e outro campo de luta, pois eles podem e devem ser complementares.

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      • Fabio Cristovam // 16/05/2014 às 9:05 pm // Responder

        Obrigado pela atenção, esqueci de dizer que é um excelente texto.

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      • Excelente texto, estive presente em sua palestra na UFAL ( ERESS 2014), e soou a mim, como complemento da sua fala, que o tempo muito curto, não permitiu maiores explanações. E não há melhor espaço para discussão e demostração do direito democrático de se expressar que ir as ruas com suas bandeiras (ideias), o voto, as urnas é a concretização da escolha do seu representante que defenda o seu posicionamento.

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  2. “O que nos chama a atenção no texto de nosso companheiro Ivo Tonet é que ele, frequentemente indica textos de marxistas ou do próprio Marx para respaldar sua posição, mas não trás nenhuma citação.”
    Realmente não traz nenhuma citação.

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  3. Ivan Barroso // 18/05/2014 às 5:37 am // Responder

    Boa noite, professor. Excelente texto. Publicizo aqui que apesar de militante do PSOL muito provavelmente o meu voto será seu. E não pretendo sair da rua.

    No entanto, vamos às críticas, e ao debate construtivo. Existem pontos-chave no texto que eu gostaria de tocar, questionar, problematizar, e se possível obter resposta. Vamos lá:

    Ao citar o Gramsci, e o que os ”revolucionários conscientes esperam de uma eleição”, você compartilha o seguinte trecho:

    ”Esperam que o esforço eleitoral do proletariado consiga fazer entrar no Parlamento um bom nervo de militantes […] para tornar impossível […] um governo estável e forte, para obrigar a burguesia a sair do equívoco democrático, a sair da legalidade, e determinar uma sublevação dos estratos mais profundos e vastos da classe trabalhadora […].”

    O que eu entendo deste trecho (me corrija se eu estiver enganado) é que, sim, entrar em eleições é uma questão estratégica e isso pode acarretar em um tensionamento da própria democracia burguesa de tal forma que a burguesia se sentirá tão acuada, por não estar acostumada a ceder sob vários aspectos, que dará um golpe na estabilidade política da institucionalidade burguesa, seja arrochando os víveres dos trabalhadores, seja aplicando ela mesma um golpe de estado.

    Até este ponto, eu tenho acordo. E acrescento mais: Isso pode desencadear sim uma situação em que a classe trabalhadora seja instigada a executar a sua revolução.

    Quero ir além. Quero analisar em alguma medida os casos de Brasil e Chile, e seus respectivos golpes sofridos na segunda metade do século 20.
    Esses dois exemplos guardam semelhanças, em minha opinião. É claro que o governo João Goulart não era um governo socialista, tal qual pretendia ser o governo Allende.
    Ambos guardavam relações estreitas com os movimentos sociais, e viviam épocas em que as revoltas do povo explodiam contra os interesses do imperialismo. Ambos tentaram promover reformas estruturais do sistema educacional, da distribuição da terra, da soberania nacional, reformas que iam na contra-mão dos interesses do imperialismo.

    Qual foi então o erro cometido por esses governos?

    Na minha opinião
    1) Confiar demais na institucionalidade democrática.
    2) Não ter prestado atenção às forças armadas (e já voltarei a tocar nesse ponto).
    3) Não ter recorrido aos movimentos sociais no momento da tensão (o que pode ser justificado pelo erro que eu apontei no ponto 2).

    Qual é uma das conclusões? A burguesia não aceita a radicalização do seu próprio sistema de governo, e recorre, sempre que necessário ao fascismo, e ao terrorismo de estado.
    A questão é: em quê a burguesia se apoiou nesses dois momentos para dar seus golpes?
    Nas Forças Armadas!

    Ora, e qual é o valor que o ponto 2 trás pra reflexão?

    Acho que concordamos, professor, que o pacifismo revolucionário está fadado ao fracasso. Sendo assim, a classe precisa estar armada, e saber usar as armas, dentre outras coisas. Se não tivermos pelo menos uma parte significativa do exército do nosso lado, a nossa resistência vai por água abaixo. Se não, de onde viriam as armas?
    Outro problema a ser levantado é: supondo que temos as forças armadas a favor da revolução social, e que a ameaça externa militar seja uma realidade, como defender a pátria, se estamos anos luz atrás em preparação militar, e em tecnologia de guerra, poder de dissuasão, etc.?

    Seria preciso armar melhor, treinar melhor, dar uma sobrevida mais digna às forças armadas. Mas isto pode ser um erro tático terrível se não tivermos a certeza de que elas nos apoiarão no nosso momento crucial.

    E como resolver esse impasse?

    Na minha opinião, a sociedade brasileira e as Forças Armadas têm contas a acertar. Temos um exército despreparado, desmoralizado por uma questão histórica, e que nem sequer se desculpou ainda pelos horrores que causaram no período sombrio dos tais 21 anos.
    Aproximar o interesse das FA do interesse da população como um todo é imprescindível pra podermos pensar QUALQUER ascenso revolucionário. E isso me levar à última parte da minha reflexão.

    ”Nenhum centímetro de direito, nenhum milímetro de conquista, veio pelas urnas.”

    Um primeiro passo no sentido da reconciliação das FA com a sociedade foi dado. A comissão nacional da verdade. Os responsáveis pelo atentado a bomba no rio-centro vão finalmente ser julgados! Diante da sua frase (supracitada entre aspas) eu me pergunto: Teria sido possível esse tipo de avanço se não estivéssemos em um governo do PT? Porque, eu concordo que o projeto, em essência é o mesmo da burguesia neoliberal, no entanto, não consigo enxergar esse tipo de avanço dentro de algum outro contexto.

    Ou será que eu estou sendo pragmático demais? Em que outras circunstâncias teríamos conseguido dar esses primeiros passos tão essenciais pra nossa luta daqui pra frente contra o capital?
    Gostaria muito de ouvir do professor o ponto de vista sobre esta reflexão que eu humildemente trago para compartilhar aqui com você, e com quem mais se interessar pelo debate.

    Um grande abraço, e vamos enfrente!

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  4. Carlos Augusto // 18/05/2014 às 10:23 pm // Responder

    Creio que a estratégia da esquerda deve, hoje, combinar a luta parlamentar com as ruas (luta extraparlamentar).
    A luta parlamentar está associada na busca de uma reforma política progressista que amplie a participação do eleitor no processo político e diminua a influência do capital no processo eleitoral.
    Creio que a retomada da participação das ruas é muitíssimo interessante, mas acreditar que os movimentos são comandados por uma esquerda revolucionária é um erro (ou delírio) primário. Infelizmente, parte significativa dos participantes ou organizações das manifestações tem comportamentos e ideias conservadores ou fascistas.
    Devemos aproveitar o processo eleitoral para ampliar o debate político ideológico e, com isso, incrementar o desgastado processo de conscientização política na população brasileira.
    Os governos do PT somaram imensos erros, foram, sem dúvida, decepcionantes para qualquer pessoa de esquerda, mas não podemos negar alguns importantes avanços na esfera social. Também não podemos ainda igualar ou colocar em um mesmo patamar, a candidatura do PT com os outros candidatos majoritários, que tipicamente representam o retorno completo da Casa Grande.
    Então, de maneira bastante simples, defendo o apoio, em primeiro turno, de uma candidatura realmente de esquerda ( e das apresentadas a de Mauro Iasi é a melhor) e em um eventual segundo turno sem um candidato de esquerda, o voto (útil, por que não?) deveria convergir para a presidenta Dilma.

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  5. Discordo de Iasi, o voto útil permanece não só válido como necessário (não apenas no segundo turno, mas no primeiro – sobretudo, nessa conjuntura de crescimento acelerado da Direita). Enquanto a força política e a penetração social da Esquerda Radical for pífia esse é o imperativo concreto.
    Cabe esclarecer que tal falta de força não se deve apenas aos limites impostos pelo real (ausência de uma igualdade mínima de condições na disputa eleitoral, as ações de desmobilização de governos de centro-esquerda, os problemas com a mídia, os vetores estruturais do capitalismo moderno, a fragmentação dos grupos populares, etc., etc.,), mas também aos erros “glamorosos” da própria Esquerda Radical, incapaz de se comunicar de maneira efetiva com as massas (afinal, quantos trabalhadores conhecem Mauro Iasi?), de se unir entorno de um candidatura única (PSTU, PCO, PCB e congêneres estão sempre separados, divergindo de forma não estratégica), bem como de formar um quadro de gestores de políticas públicas com propostas e capacidade gerencial para enfrentar problemas imediatos e, ao mesmo tempo, promover grandes mudanças.
    Resumindo, antes de se tornar uma alternativa factível a Esquerda Radical precisa amadurecer. Minha sugestão é que ela talvez precise olhar para a Bolívia, está ali um governo sustentado por foças políticas que conseguiram superar alguns dos impasses que mencionei nas linhas anteriores.

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  6. Maria Lucia Tognai // 22/05/2014 às 3:44 pm // Responder

    Não concordo com a campanha do voto NULO. Porque quem vai aderir a essa campanha são pessoas com um certo grau de conhecimento político e a maioria do povo, que é massa de manobra, vão continuar votando nos corruptos. Quem vota neles? São os interessados e os despolitizados. Para que haja uma campanha dessa natureza, primeiro há necessidade de instruir a população. Do contrário a Direita vai adorar; o AÉCIO que o diga.

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  7. Tenho algumas observações e questionamentos a fazer sobre o texto do Iasi. Na parte em que ele faz a crítica a Tonet, o autor nos diz o seguinte:

    “O que nos chama a atenção no texto de nosso companheiro Ivo Tonet é que ele, frequentemente indica textos de marxistas ou do próprio Marx para respaldar sua posição, mas não trás nenhuma citação.”

    Realmente o Tonet não faz nenhuma citação em seu texto, mas as indicações de leituras que deixadas por ele são para o esclarecimento de algumas categorias utilizadas e não para legitimar o seu posicionamento em defesa do voto nulo. No meu ver, Iasis distorceu o sentido das indicações feitas por Tonet de modo que parecesse que elas contribuíam para a construção de argumento de autoridade. Pegando carona nessa distorção, Iasis monta o seu argumento de autoridade para justificar a participação no processo eleitoral burguês:

    “TODOS, (Marx, Engels, Lênin, Troski, Lukács, Gramsci, Rosa, Che, etc.) defendiam a tática de participar de eleições, sem perder de vista os objetivos estratégicos.”

    O argumento de autoridade é uma das falácias mais comuns em debates. Este tipo de falácia se reduz a confiar na autoridade evocada para a legitimação do argumento construído, por exemplo: “‘Marx, Engels, Lênin, Troski, Lukács, Gramsci, Rosa, Che, etc. defendiam a tática de participar de eleições’, então nós também temos que defender! Afinal de contas, são grandes nomes dentro do marxismo!”. Não temos que defender o voto nas eleições só porque Marx disse que tem que ser assim. Todos nós estamos fadados a cometer erros. Por mais que admiremos o brilhantismo de alguns desses teóricos (eu excluo o Che por uma série de motivos), não devemos seguir dogmaticamente tudo o que eles disseram, pois estamos em um tempo histórico completamente diferente, além do que, não se faz ciência sem crítica.

    Vamos para outro ponto que merece ser analisado no texto de Iasi:

    “Ao contrapor as ruas e as manifestações, assim como as lutas dos trabalhadores, às urnas, o TSE quer expulsar do debate eleitoral a posição da esquerda socialista e comunista que vê nas demandas que emergiram das manifestações o germe de um programa político anticapitalista e revolucionário para o Brasil, que não é só uma alternativa possível, mas urgente e necessária. Desta forma espera restringir o debate eleitoral às alternativas no campo da ordem (Continua o PT, volta para o PSDB ou tenta o PSB que caiu na Rede).”

    Confesso que eu não possuo o aprofundamento necessário para dizer o que de fato foram às manifestações de junho, mas eu não consigo enxergar nestas manifestações o surgimento do que Iasi chama de “germe de um programa político anticapitalista e revolucionário para o Brasil”. O que eu vi nessas manifestações foi que a maioria das reinvindicações não iam além do senso comum (fim da corrupção, PEC não sei lá das quantas, cobranças para que o Estado burguês priorizasse a saúde e a educação…). Além disso, o que o Iasi quer dizer com “programa político anticapitalista e revolucionário para o Brasil”? Seria uma espécie de “socialismo” em um só país? Vejamos outro trecho:

    “Neste cenário, a negação em participar das eleições pode referendar exatamente o que se deseja negar, isto é, que as alternativas estão restritas ao bloco dominante e não é possível uma alternativa anticapitalista. Colocar este tema no debate é estragar a festa do aparente consenso, não como alternativa às ruas, mas para trazer o que explodiu nas ruas para dentro do debate eleitoral.”

    “(…) trazer o que explodiu nas ruas para dentro do debate eleitoral” com qual objetivo? Para legitimar mais ainda o poder do Estado burguês? Ou será que o PCB está interessado em girar as engrenagens desse Estado? Agora o último trecho:

    “Evidente que o centro são as ruas, as lutas dos trabalhadores, as greves e necessidade de construção de uma alternativa real de poder, um poder popular, anticapitalista e socialista. Alguns estarão lá, nas ruas, e vão defender o voto nulo, outros estarão lá também, nas ruas, e vão tentar meter o pé na porta no espaço privativo das eleições no qual não nos querem (como mostra as cláusulas de barreira e a restrição ao amplo debate de projetos) para defender uma alternativa socialista e revolucionária.”

    “(…) defender uma alternativa socialista e revolucionária” dentro da disputa eleitoral burguesa? As eleições é o jogo da burguesia, quem quiser jogar tem que se submeter às regras deles. Os que não se submetem, são eliminados logo no início da primeira rodada, ou nem entram no jogo. Querer discutir revolução dentro das eleições burguesas (na propaganda eleitoral, debates, etc.), com objetivo de dar visibilidade para o assunto e talvez despertar alguma consciência em setores da população, é dar murro em ponta de faca.

    Bem, são estas minhas observações. Quanto ao restante do texto eu gostei e concordo com boa parte das coisas.

    Abraços!

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  8. hilario melo // 19/08/2014 às 1:31 pm // Responder

    … oh ! inocentes… o pleito real já ocorreu !

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  9. Luiz Rodolfo Viveiros de Castro // 16/10/2014 às 11:21 pm // Responder

    Belo texto. Mas agora estamos no segundo turno. Não há mais o que o texto prega: ” vote nulo, vote na esquerda revolucionária… mas não saia das ruas!”. Ficou somente o “vote nulo” e “não saia das ruas… É por lá que passa a mudança”. Acredito que, neste caso, todos citados – Marx, Engels, Rosa, Lenin, Trotsky, Gramsci e Guevara – estariam de acordo. Não há candidatura anticapitalista. Por isso republico aqui postagem que fiz já tem tempo: RESUMINDO o que está em jogo nESTAS ELEIÇÕES…
    “Capitalismo com mais mercado e menos estado” versus “capitalismo com mais estado para garantir a economia de mercado”. Perfeita a equação que sintetiza a disputa presente… O mais grave é que a primeira opção, embora mais “pura” ideologicamente, é menos eficaz para reproduzir o que querem as elites… A, ainda existente, capacidade de cooptação do lulopetismo é o que garante alguma subordinação de setores oriundos da esquerda e de movimentos sociais – para ser bem claro: “comprados” pelos favores das migalhas redistribuídas.
    O canto de sereia que chama o voto na ex-esquerda – atual centro direita -para barrar a direita não pode nem ser considerada por nós que entendemos que o primeiro divisor de águas para definir o que é ser de esquerda é, sem nenhuma dúvida, o anticapitalismo!

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  10. Caio de Castro // 28/10/2015 às 12:10 am // Responder

    Aprimorar uma contra-hegemonia trabalhada e estavel na população trabalhadora para que essa busque, por intencionalidade propria, uma ruptura com a ordem vigente (pró-capitalista em diferentes instancias) nao incide, necessariamente, na necessidade de pegar em armas e “derrubar” literalmente as instituições a partir do que seria uma espécie de “golpe revolucionário das massas”. Isso a meu ver é um fato, logo se é possivel subverter a hegemonia (conservadora) pró-burguesa a partir da conscientização das massas, que articulariam um movimento contra-hegemonico conforme forem se desprendendo das amarras introjectadas pelas instituições burguesas e pela realidade social sob modo de produção capitalista, então é sim possivel alcançar uma MAIORIA em qualquer tipo de votação que realmente compute o senso comum dos trabalhadores em seus resultados

    Nesse sentido, poderiamos entao concluir sem medo de errar que os chamados “reformistas” seriam apenas os que, na sua proposta, ainda apoiem a coexistencia com a classe dominante como algo necessario para dar cabo ao processo revolucionario. Uma visao claramente fraca que nao encontra respaldo nos classicos, e penso eu que tanto Gramsci quanto Rosa e Lenin (para citar alguns nomes levantados no texto) compartilhavam essa perspectiva de ruptura imediata com a classe burguesa.

    O problema do sentido revolucionario que visa derrubar as instituições atuais na força é justamente nao ter uma boa proposta para o que colocar no lugar. Se fossemos partir das intencionalidades leninistas o que teriamos que por no lugar da “democracia burguesa” seria uma “democracia operaria” onde o proletario, em ultima instancia, estaria cada vez mais distante do comando da nova estrutura que então o domina. A possibilidade da livre campanha, livre expressao e VOTO popular representativo em larga escala são, a meu ver, direitos individuais básicos que todos trabalhadores deveriam poder esbanjar com dignidade já nas primeiras fases do estágio socialista (quanto transitório para a sociedade comunista, essa de fato livremente associada) Coisas que estavam longe das intencionalidads bolchevistas que vigoraram na URSS e serviram de modelo para as variadas experiencias do seculo XX. (ex: Castrismo)

    E bom, se o trabalhador deve ser livre pra PENSAR e OPINAR de forma plena, o que impede a existencia de partidos dos mais variados? Hoje em dia partidos nazistas sao proibidos, e penso eu que partidos pró-burguesia tambem deveriam de ser, porem apenas caso a maioria da população assim concordasse. A posse dos meios de produção e do poder de estado são as condições mais necessarias para efetivar uma mudança de patamares entre as classes, porem nunca foi dito nos classicos que os proprios trabalhadores do novo estado devam ser desprovidos de opinar, pensar com as proprias cabeças, VOTAR, decidir os rumos do novo governo nem que de forma gradativa por eleições representativas.

    Nesse sentido apenas resta a conclusão de que o uso das forças armadas, das proprias armas, e da violencia como um todo se mostra algo desnecessario, visto que tanto as greves poderiam ser feitas sob principio de desobediencia civil em forma pacifica quanto as eleições poderiam ser ganhas em uma situação de contra-hegemonia consolidada e maioritária dentre o ideario da classe trabalhadora (coisa que hoje no Brasil nao vemos acontecer, penso ser muito mais necessario debater sobre COMO alcançar as massas e aprimorar a contra-hegemonia atualmente do que ficar especulando sobre aprimoramento das forças armadas e treinamento da população para a guerra armada, como alguns individuos comentaram aqui)

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