Sobre a violência: Frantz Fanon encontra Judith Butler (diálogo de ausentes) 

Frantz Fanon durante o Congresso de Escritores em Tunis, 1959. Imagem: Wikimedia Commons

Por Ronaldo Tadeu de Souza

Um diálogo imaginado 

Frantz Fanon: Minha posição acerca da violência continua a mesma, desde quando Hannah Arendt se opôs ao meu Os condenados da terra. Quando li o ensaio da pensadora germano-americana, Sobre a violência, que diga-se de passagem é um texto extremamente desorientado e confuso, uma peça de combate de ideias da pior espécie, as convicções que sustentei ali ficaram mais firmes.  

As suas intervenções teóricas e políticas, contudo, em especial as mais recentes sobre Gaza, a Palestina, o Hamas e Israel, são atravessadas por reflexões arendtianas… 

Judith Butler: Não diria que me tornei uma convicta arendtiana, como se tornou comum no último quarto do século XX, sobretudo com a queda do Muro de Berlim e com a dissolução da União Soviética… Minha posição sempre foi de respeito pelo esforço de Arendt em compreender o mundo em uma chave que se opunha à violência.  

Frantz Fanon: Mas me parece que ao acompanhar sua produção há um deslocamento; o que eu quero dizer é que há uma passagem da incandescente teoria do reconhecimento do Hegel, da sua recepção na teoria francesa (Kojève, Sartre, Hyppolite, Beauvoir, Foucault, Lacan, Derrida…), de um certo marxismo desconstrucionista no debate com Honneth e Fraser nas páginas da New Left Review, para noções liberais — certo que é um liberalismo crítico — de não-violência, diversidade, pluralidade, ação performática no espaço público, todas essas marcadas por um viés arendtiano.  

Judith Butler: Pode ser. Mas sempre me mantive leal aos que sofrem opressão, independentemente de eu estar ancorada ou não na teoria política de Hannah Arendt e subscrever sua recusa da violência. Nesse aspecto, sou defensora inconteste dos povos palestinos vivendo em Gaza.  

Frantz Fanon: Fico satisfeito com sua posição, contudo, vejo que existem condicionalidades e pressupostos na sua defesa de Gaza… e aqui é preciso entrar em questões de teoria, política e da situação dos intelectuais. 

Judith Butler: Concordo… Em meu livro Caminhos divergentes, para falar de um texto mais demorado de se ler, não quero fazer uma defesa conceitual da não violência, em que estão envolvidos um Estado militarizado e apoiado por Império mundial, os Estados Unidos, que exerce atos de brutalidade os mais cruéis possíveis e impossíveis de se imaginar e um povo vivendo em situação de colonialismo, de absoluta desumanização — gaza para falar com nosso colega italiano Giorgio Agamben, é um campo que extirpa as condições de narrativa; o que procuro é meditar acerca de duas trajetórias de um mesmo povo. Uma deriva para múltiplas modalidades de judaicidade, e outra se concentra nas atrocidades do sionismo. E Arendt está inscrita nessa tentativa em ao menos três instâncias interpretativas…  

Frantz Fanon: Seu empenho é elogioso. De todo modo, sua conceituação da violência, bem como as implicações que daí decorrem, me parecem problemáticas. Em termos dialéticos, quanto à condição de não violência, entendendo a formulação como liberdade de escolhê-la — e de fato é essa a condição histórico-social e histórico-política dos colonizadores burgueses ocidentais; não se reproduz nas colônias. 

Judith Butler: Meu argumento não está ancorado na chave da escolha ou não entre violência e não violência. (Inclusive, me parece uma contradição para um teórico formado no existencialismo sartreano a recusa de pronto da opção da não violência… como se não houvesse “escolha”.) O que quero sustentar são as possibilidades, verdadeiramente, éticas de se opor à violência do Estado, bem como uma história da violência justificada desde que praticada pelos opositores do Estado de Israel. Daí porque “condenei” a atitude do Hamas.

Frantz Fanon: A rigor, o próprio argumento da justificativa da “reação” violenta do Hamas, lendo-o como um grupo que expressa as contradições das circunstâncias em Gaza após anos de extermínio perpetrado por Israel, se sustenta em-si. É uma afirmação defensável, mesmo que a cultura liberal do Ocidente a recuse. Entretanto, minha teoria-ação acerca da violência está além desse aspecto mais corriqueiro, por assim dizer. Há uma construção intrincada que faço a partir de noções de reconhecimento-existência-subjetividade-sociogênese-universalidade… 

Judith Butler: Suas duas principais obras, Pele negra, máscaras brancas e Os condenados da Terra, lidas em conjunto, não permitem que vislumbremos (e aqui sou “arendtiana”) a coabitação…

Frantz Fanon: No contexto do imperialismo, do racismo e da intensificação da luta de classes-racial; de maneira nenhuma existe a possibilidade da coabitação, neste aspecto você tem razão quanto às minhas posições…  

Judith Butler: A coabitação das diferenças implica aceitarmos a alteridade como constitutiva da identidade. E nesse ponto voltamos ao debate da relacionalidade ética para encaminhar a resolução do “conflito” entre Israel e Palestina. Quero discorrer brevemente sobre coabitação… 

Frantz Fanon: Antes, um ponto que quero sustentar — e não posso deixar que inicie sua declaração de princípios sem dizê-los: nos termos, eminentemente, da Fenomenologia do Espírito de Hegel (nosso Hegel, ao menos até você derivar à Hannah Arendt…), ainda que não seja o problema que ele quis enfrentar no trabalho de 1807, qualquer estrutura de alteridade enquanto fundamento da coabitação pressupõe reconhecer, no movimento do desejo, dialeticamente, duas autoconsciências (diria até múltiplas autoconsciências), que tornam-se quem se é — no lançar-se em-si para-o-outro. Não me parece o caso da situação racializada em que vivem os palestinos…

Judith Butler: Sua consideração me fornece um ponto de partida para desenvolver meus pensamentos, pois aqui tenho que me afastar de Hegel. Na teoria do reconhecimento hegeliana não há espaço para a tradução de tradições de formas de vida diferentes. Portanto, a coabitação, de fato, está bloqueada. Coabitação quer reivindicar a dimensão moral de um esforço político para a aceitação de entrelaçamentos complexos de culturas divergentes, até antagônicas, que exigem ser traduzidas, entendidas, reinterpretadas para suportamos a convivência na alteridade. Judeus e palestinos podem, em circunstâncias históricas específicas de futuro, estar-juntos; assim como a superação do racismo contra negros pode ser suplantada de modo que possam habitar o mundo humano (comum). Por isso, para aspirarmos à coabitação de judeus e palestinos, negro e brancos, repostas como as do Hamas, dos Panteras Negras e também as suas têm de ser problematizadas. Elas não permitem a traduzibilidade de horizontes culturais distintos. São avessas ao afastamento de si — ao afastamento de si-cultural no-outro e nos-outros da cultura. 

Frantz Fanon: Seu pressuposto está assentado na ideia de que as múltiplas linguagens — e aqui estou lendo que você compreende linguagens como eivadas de materialidade (e não só artifícios simbólicos) —, independente de circunstâncias históricas (eventualmente cruéis), podem conviver. Por isso sua defesa (implícita, é verdade) da binacionalidade para judeus e palestinos. 

Nesse ponto, nossas divergências são profundas. Não defendo interpretar conflitos raciais entre brancos (classes burguesas dominantes) e negros, e entre povos em guerra, a partir da concepção de “entrelaçamentos culturais complexos”. Ainda estou teorizando e agindo da perspectiva dialético-existencialista…

Judith Butler: Quanto a isso não há dúvida. A dialética moderna, sobretudo, na sua tradição hegeliana e marxista, não permite a alteridade, a diferença. Isso porque ela, a dialética moderna, tem fortíssimo teor de subjetividade. De fato, seu conteúdo de verdade é constituído pela subjetividade moderna radical. E, neste ponto, não é possível se alcançar justiça divergente, por percursos (caminhos) divergentes que na performatividade das “assembleias” podem con-viver em harmonia. A dialética, desde Diderot e das revoluções Francesa e Haitiana, implica em irrupção do novo em sentido abrangente (ou em várias maneiras de vida) e particular (no desabamento contingente de modalidades concretas de opressão burguesa). Ela, assim, contempla a violência — e não a concertação política entre corpos e falas distintas (diferenças) de que falava Arendt em A condição humana.  

Frantz Fanon: Daí seu artigo na London Review of Books, “The Compass of Mourning“; sua intervenção contra a violência, no caso específico, do Hamas, mas, teoricamente, com orientação de princípios gerais. Nossas discordâncias aqui são enormes. Pelo simples fato de que não tomamos da pena com constância para escrever e nos postamos contra a violência perpetrada pelo Estado assassino de Israel contra os palestinos em Gaza. À exceção do conjunto da esquerda radical, revolucionária e marxista; os militantes sinceros da causa palestina. De modo geral, no Ocidente — que, para mobilizar Aimé Césaire, “é imperdoável” — predomina o silêncio complacente. Porém, existem questões mais intelectuais e políticas acerca da violência em que sou absolutamente contrário às suas posições, sobretudo quando estão apoiadas na filosofia política de Hannah Arendt. 

Judith Butler: Meu ponto central no referido artigo… 

Frantz Fanon: …E, desde já, é preciso dizer, para demarcar minha posição, não consinto com o que o Hamas empreende. Não é, na minha avaliação (como dialético, marxista, existencialista e anticolonialista), a resposta mais correta para a situação de violência colonial, de genocídio racista sofrido pelos palestinos… 

Judith Butler: Mas há um setor da esquerda que justifica os ataques do Hamas… 

Frantz Fanon: Esse raciocínio é primário, pois é obvio que setores da esquerda corroborariam os ataques do Hamas — do mesmo modo que setores progressista, liberal-sociais, conservadores e de direita, na mídia e em meios acadêmicos, também justificam a ação do Estado de Israel, inclusive usando cinicamente a formulação de guerra… como se se tratasse de dois Estados-nação com poderio militar. É de um ridículo e de um reacionarismo completo. 

Judith Butler: De todo modo, o que expressei no texto foi minha recusa de toda forma de violência na busca por liberdade e igualdade humanas. Não me opus apenas ao Hamas; me opus àqueles e àquelas que entendem ser a violência algo que possamos utilizar enquanto política que atua na direção de uma humanidade livre… daí afirmar no artigo que “eu defendo uma política da não violência, no reconhecimento de que não podemos operar possivelmente com ela como um princípio absoluto a ser aplicado em todas as ocasiões. Eu sustento que as lutas por liberação que praticam essa não violência ajudam a criar um mundo não violento no qual nós todos queremos viver. Eu deploro a violência inequivocamente ao mesmo tempo que eu, como muitos outros, quero ser parte dos que imaginam e lutam por igualdade verdadeira e justiça na região, um tipo de igualdade e justiça que compeliria grupos como o Hamas a desaparecer, a ocupação a terminar, e novas formas de liberdade política e justiça a florescer”. 

É bem verdade que “mudei” minha posição; uma mudança pequena. Pequena porque em certos contextos práticos tive que radicalizar no discurso de intervenção, sobretudo após os fatos ocorridos na Universidade Harvard e a censura aos estudantes que protestavam contra os assassinatos em massa, a aniquilação do povo palestino; a perseguição ao Harvard Palestin Solidarity Committee [Comitê de Solidariedade com a Palestina de Harvard] pela linguagem utilizada é inadmissível. Defender o Comitê… é defender a esfera pública livre. Contudo, ainda mantenho minha opção pela não violência e busca por justiça.   

Frantz Fanon: Suas categorias denunciam… há toda uma linguagem liberal no argumento, mesmo que com um certo temperamento crítico que repudia com afinco processos político-sociais que estão saturados de violência — alguns ingenuamente, outros por questão moral; há os que são cínicos, e ainda aqueles ou aquelas que defendem a violência apenas do lado israelense. 

Judith Butler: Talvez no sentido que liberal tem nos Estados Unidos, que contempla, também, ser de esquerda e crítico… 

Frantz Fanon: Não importa. O fato é que não se trata de uma linguagem revolucionária, de ação política revolucionária, com significado forte. Ademais, há uma hermenêutica que não se pode deixar de observar no seu artigo, qual seja: você defende o desaparecimento do Hamas, mas em nenhum momento coloca em discussão, mesmo que em termos de possibilidade, o desaparecimento do Estado de Israel. Em qual medida se torna factível igualdade e justiça, uma existência sem violência, com permanência intacta do Estado nacional israelense…   

Judith Butler: Não concordo com a crítica. Afinal, se estou me lançando no debate contra as várias normalizações do governo colonial de Israel, naturalmente, me coloco enquanto pensadora radical, contrária às posições estatais israelenses. Mas, de todo modo, minha defesa é pela binacionalidade; um caminho que situe os aspectos mais pluralísticos da judaicidade — não do sionismo — com as exigências culturais e políticas dos palestinos. Isso não implica violência, definitivamente… temos de nos “mantermos livres para nomear, descrever [e fundamentalmente] nos opormos a toda a violência”. Mesmo a que vem dos de baixo… é uma questão de princípios teórico-morais normativos. 

Frantz Fanon: Minhas concepções como intelectual engajado, teórico marxista e revolucionário anticolonial não permitem que eu me oponha à violência política sem mais… Para mim não há a violência, mas situações histórico-materiais e histórico-existenciais de violência — que, aliás, extirpam qualquer condição para a irrupção de cenários humanos de reconhecimento efetivo.   

Judith Butler: Por isso me afasto ou me afastei da tradição hegeliana, marxista (em menor medida) e, de certo modo, da tradição francesa existencialista… Arendt, insisto, me apresenta melhores artifícios compreensivos para refletir sobre o mundo de hoje. Quero um mundo-comum criado no dissenso e no debate.  

Frantz Fanon: Discordo frontalmente. Minha teorização, pensamento e ação acerca da violência está além do politicismo (autônomo) da cultura anglo-saxônica. Existem elementos profundos de racialização violenta constitutiva de identidades em circunstância colonialista. Trata-se de toda uma civilização burguesa — “a violencia presidiu o arranjo [civilizatório] do mundo colonial” — construída a partir de formas e práticas de força, ódio e discriminação. O reconhecimento de-si-no-outro, a totalidade amorosa autêntica, só será possível com a explosão dessa sociedade. Sustento, desde quando escrevi meu ensaio sobre a alienação do negro, que ganhou o título de Pele negra, máscaras brancas, que “destruir o mundo colonial é […] abolir uma zona” desumana de absoluta violência.

Judith Butler: Há uma estilística hegeliano-marxista-sartreana excessiva nessa formulação. 

Frantz Fanon: Há também (e decisivamente) o Discurso sobre o colonialismo do poeta e ensaísta, da Martinica, como eu, Aimé Césaire… 

Judith Butler: Me recuso a aceitar sua abordagem. “Instrumentos não violentos como boicotes, sanções e desinvestimento” podem ser eficazes. 

Frantz Fanon: São táticas, utilizando o vocabulário dos revolucionários europeus, que não pressupõem a instanciação dialética de reconstrução da subjetividade daqueles e daquelas que veem seus sistemas de referência econômico, cultural e estético extirpados pelas “baionetas e canhões”…

Judith Butler: Mas como, sr. Fanon, podemos forjar subjetividades livres ancoradas na política da violência? Meus valores como defensora da judaicidade (neste caso, incompatíveis com os seus) são “igualdade, justiça, (con)vivência e crítica da violência do Estado [e da de grupos de resistência a ele]”.

Frantz Fanon: Os professores de moral da Europa acreditam piamente no universal abstrato; e na transfiguração deste em em equações diplomáticas detalhistas “em torno de uma mesa de reunião”. Contudo, a organização colonial “não é uma máquina de pensar”, de coabitação, de pluralidade no mundo, de razão (qualquer que ela seja, a cartesiana, weberiana, a habermasiana etc.), mas “é a violência em estado bruto e só pode inclinar-se diante de uma violência maior”. 

Judith Butler: Ainda assim, o mundo que eu quero exige que se normalize todo tipo de violência… 

Frantz Fanon: Mas para isso necessitamos fazer desabar a violência mítica, como bem disse nosso querido Walter Benjamin; e fazer instaurar a violência divina, aberta, democrática, de linguagem popular. Mas para isso também o colonizado tem de descobrir o real da sua existência e transformá-la no movimento subjetivo de sua práxis, no exercício dialético-imanente da violência como projeto de reconhecimento (Hegel, Marx, Césaire), libertação e universalidade radical-autêntica…  

Poderíamos ficar por longo tempo polemizando um com o outro, mas o pensamento-ação me força a parar a conversa e o diálogo prazeroso, sugestivo e necessário.

Judith Butler: Enfim… foi uma conversação sugestiva apesar das divergências de princípios. 

Fim 

Nota: O livro de referência de Frantz Fanon na construção deste diálogo fictício foi Os condenados da Terra (Civilização Brasileira, 1968). Ver também: Carlos Emel Rendón. Se “Reconocen como Reconeciéndose Mutuamente”. El Concepto Puro del Reconocimiento en Capítulo de la ‘Autoconciencia’ de la Fenomenologia del Espíritu de Hegel (Ápeiron. Estudos de Filosofia, nº 17, 2022); Brandon Hogan. Reading Fanon on Hegel (Philosophy Compass, v.188, n.8, 2023); Deivison Mendes Faustino. Hegel, Fanon e a (Suposta) Interdição da Dialética, em Deivison Mendes Faustino e Muryatan Barbosa, Desde Fanon (Boitempo, 2025). Os artigos de Judith Butler de referência na construção deste diálogo fictício foram: Subjects of Desire: Hegelian Reflections in Twentieth-Century France (Columbia University Press, 2012); Caminhos divergentes: judaicidade e crítica do sionismo (Boitempo, 2017); “The Compass of Morning” (London Review of Books, v. 45, n. 20, 19/10/2023) e “There Can Be no Critique” (Boston Review, 13 de Dezembro de 2023). Ver também: Lorena Santos-de-Torregroza. Acciones de Resistencia: la teoría performativa de la manifestación de Judith Butler (Res Pública – Revista de Historia de las Ideas Políticas, v.26, n.3, 2023).

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Ronaldo Tadeu de Souza é professor do Departamento de Ciência Política da UFRJ. Realizou pesquisa de pós-doutorado junto ao Departamento de Ciência Política da USP, e é pesquisador do Centro de Estudos em Cultura Contemporânea-Cedec (Círculo de Leituras Florestan Fernandes), do GPDET-UFRJ/CNPq, e do Laboratório Interdisciplinar de Estudos em Política e Pensamento Crítico do DCP-UFRJ. 


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