Para aproveitar o recesso: filmes e séries imperdíveis de 2025

Pluribus. Imagem: Divulgação.

Por Cauana Mestre

A convite do Blog da Boitempo, a psicanalista Cauana Mestre indica filmes e séries imperdíveis para descobrir durante o recesso de final do ano.


The Pitt (HBO Max)

The Pitt. Imagem: Divulgação.

A série mostra a rotina caótica de um plantão médico. A premissa parece repetitiva, mas o enredo carrega um compromisso mais realista que outras produções do gênero, discutindo questões de saúde pública importantíssimas no mundo pós-pandemia.

  


Pluribus (Apple TV)

Pluribus. Imagem: Divulgação.

Não é por acaso que a série recém estreada na Apple TV já se tornou a mais assistida dos últimos tempos. A realidade distópica de Carol, uma escritora pessimista, revela o pior da globalização e da lógica neoliberal que iguala corpos e ideias, rechaçando radicalmente todo traço de diferença. Os oito episódios exibidos até agora têm muitas camadas e são de tirar o fôlego.  


Dying for sex (Disney+)

Dying for sex. Imagem: Divulgação

Sem dúvida nenhuma a coisa mais comovente e uma das mais criativas lançada em 2025 foi a história de Molly, uma mulher que decide viver sua sexualidade depois de descobrir um câncer terminal. Sua história se entrelaça à da melhor amiga, Nikki, e, juntas, elas nos mostram o poder insurgente da amizade feminina. Imperdível. 

Relembre a resenha publicada no Blog da Boitempo:A amizade feminina é insurgente“, por Cauana Mestre 


Adolescência (Netflix)

Adolescência. Imagem: Divulgação

Talvez a produção audiovisual mais discutida do ano, essa minissérie da Netflix é um tratado sobre os impasses da adolescência na cultura contemporânea, que é permeada por cartilhas da extrema direita e fabrica fórmulas de misoginia, como o Red Pill. Poucas produções mostraram tão bem como o discurso coletivo funda grande parte do nosso mundo interior — e que é nesses discursos que começam os atos, sobretudo os violentos.  

Relembre a resenha publicada no Blog da Boitempo:Um tratado sobre nós: “Adolescência” e as trincheiras da subjetividade em tempos de ascensão da extrema direita“, por Cauana Mestre 


Hal & Harper (Mubi)

Hal & Harper. Imagem: Divulgação

Recém-lançada no Brasil, a série é um drama familiar com um toque sutil de comédia, o que torna o conjunto irresistível. Com atuações comoventes e simples (no melhor sentido da palavra), a produção tem Mark Ruffalo no elenco e é absolutamente sedutora.  


Máscaras de oxigênio não cairão automaticamente (HBO Max)

Máscaras de oxigênio não cairão automaticamente. Imagem: Divulgação

A série brasileira, produzida pela HBO Max e dirigida por Marcelo Gomes e Carol Minêm, foi uma das melhores coisas do ano. Ambientada na década de 1980, durante a explosão do vírus HIV, a trama recria a tragédia da AIDS e o impacto da doença na comunidade LGBTQIAPN+. Mais do que um levantamento histórico, o elenco — por sinal, incrível — nos ajuda a olhar para o futuro sem perder de vista os horrores do passado, e nos lembra de que a esperança só é possível quando estamos advertidos da nossa história.  

Relembre a resenha publicada no Blog da Boitempo:A força de uma comunidade que nunca cansou de apostar na vida“, por Cauana Mestre 


O agente secreto

O agente secreto. Imagem: Divulgação

A nossa alegria do ano tem nome e vale cada minutinho de suas quase 3 horas de duração. A dupla Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho consegue fabricar tudo que o cinema tem de melhor: ação, suspense, comédia, política e aquele olhar crítico à história do país que tem cada vez mais valor. Assim como Ainda estou aquiO agente secreto é um filme puro, que não tenta ser o que não é e não faz uso de clichês dramatúrgicos — por isso mesmo, é um grande filme, com o molho do Brasil.  

Relembre a resenha publicada no Blog da Boitempo:Banco de sangue na quarta-feira de cinzas“, por Bruno Marra e “Quando a ditadura empresarial-militar assume o primeiro plano no cinema brasileiro“, por Erico Andrade e Thais Klein


Pecadores

Os pecadores. Imagem: Divulgação

Talvez o maior filme de 2025 seja essa obra-prima do diretor Ryan Coogler, que faz consistir o terror como gênero imprescindível do cinema. Terror por terror, para mim, não tem graça, mas quando a arte se serve do horror para escancarar os núcleos do mal-estar da cultura, sinto que nenhuma outra estratégia se compara.  

Relembre a resenha publicada no Blog da Boitempo:Trump e o projeto de uma nação“, por Erico Andrade e Thais Klein 

Manas

Manas. Imagem: Divulgação

O longa dirigido por Marianna Brennand Fortes conta a história de Marcielle, uma garota de 13 anos que vive numa comunidade ribeirinha na Ilha do Marajó. Com uma direção singular e sem recorrer a nenhuma cena de sexo explícito (tomando muito cuidado para não expor as atrizes às violências que denuncia), o filme escancara a exploração sexual infantil e o futuro roubado de milhares de meninas. Como no teatro grego, Marianna impacta pela ausência — seja de imagem ou de palavra — e consegue nos comover ainda mais, junto de um elenco impecável. 


Uma batalha após a outra

Uma batalha após a outra. Imagem: Divulgação

O longa de Paul Thomas Anderson é uma obra-prima nada modesta: são quase 3 horas de ação no exercício de satirizar várias camadas das políticas contemporâneas. Tem atuações brilhantes, em especial as de Sean Penn, Teyana Taylor e Benicio del Toro.  

Relembre as resenhas publicadas no Blog da Boitempo:As verdades que só a ficção revela“, por Cauana Mestre e “Encarar a totalidade é o preço da revolução“, por Alysson Oliveira 


The Mastermind (Mubi)

The Mastermind. Imagem: Divulgação

Escrito e dirigido Kelly Reichardt, o filme estrelado por Josh O’Connor conta a história de um roubo de obras de arte. Ao contrário da tratativa geralmente dada aos filmes de roubo, o longa de Reichardt preza pela tensão silenciosa. Para além da genialidade da filmagem, milimetricamente calculada para o não-clichê, o filme toca brilhantemente na crise das masculinidades, em que parece haver sonhos imensos detrás de planos patéticos.  


Sorry, Baby

Sorry, Baby. Imagem: Divulgação

Dirigido e estrelado por Eva Victor, e recém lançado nos cinemas do Brasil, o longa se aproxima da marca que uma experiência difícil é capaz de deixar na nossa vida — como uma linha que separa um antes e depois, a partir da qual nada será como antes, para o bem e para o mal. O filme faz uma homenagem à vida e à sobrevivência cotidiana a partir dos olhos e da brilhante atuação de Victor. Vale cada minutinho da sessão.  

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Cauana Mestre é psicanalista e mestre em Literatura pela UFPR. Junto a Licene Garcia, apresenta o podcast Sobre um dizer.



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