O que é, afinal, o capital? 158 anos da grande crítica da economia política

Em 14 de setembro de 1867 era publicado o Livro 1 de O capital. Para celebrar a data reconhecendo a vitalidade da obra de Karl Marx, 158 anos após sua primeira edição, reunimos algumas trechos da obra — além de uma citação de Friedrich Engels — que servem de convite à leitura da grande crítica da economia política feita pelo pensador alemão. Aproveite a ocasião e aprofunde-se nos estudos marxistas com descontos imperdíveis em combos exclusivos, disponíveis no site da Boitempo — a casa de Marx e Engels no Brasil.


“O capital é trabalho morto, que, como um vampiro, vive apenas da sucção de trabalho vivo, e vive tanto mais quanto mais trabalho vivo ele suga.” 

— Karl Marx em O capital [Livro 1], Boitempo, 2013, p. 307


“O trabalho não pode se emancipar na pele branca onde na pele negra ele é marcado a ferro.” 

— Karl Marx em O capital [Livro 1], Boitempo, 2013, p. 372 


Meu ponto de vista, que apreende o desenvolvimento da formação econômica da sociedade como um processo histórico-natural, pode menos do que qualquer outro responsabilizar o indivíduo por relações das quais ele continua a ser socialmente uma criatura, por mais que, subjetivamente, ele possa se colocar acima delas.” 

— Karl Marx em O capital [Livro 1], Boitempo, 2013, p. 80 


“O prolongamento da jornada de trabalho além dos limites do dia natural, adentrando a madrugada, funciona apenas como paliativo, pois não faz mais do que abrandar a sede vampírica por sangue vivo do trabalho.” 

— Karl Marx em O capital [Livro 1], Boitempo, 2013, p. 329 


“E o direito à igual exploração da força de trabalho é o primeiro direito humano do capital.” 

— Karl Marx em O capital [Livro 1], Boitempo, 2013, p. 364 


Revoluções não se fazem por meio de leis.” 

— Karl Marx em O capital [Livro 1], Boitempo, 2013, p. 820 


“Os tesouros espoliados fora da Europa diretamente mediante o saqueio, a escravização e o latrocínio refluíam à metrópole e lá se transformavam em capital.” 

— Karl Marx em O capital [Livro 1], Boitempo, 2013, p. 823 


“A escravidão disfarçada dos assalariados na Europa necessitava, como pedestal, da escravidão sans phrase do Novo Mundo.” 

— Karl Marx em O capital [Livro 1], Boitempo, 2013, p. 829 


“Desde que há capitalistas e trabalhadores no mundo, não surgiu nenhum livro que tivesse tanta importância para os trabalhadores quanto esse.” 

— Friedrich Engels em Resumo de O capital, Boitempo, 2023, p. 83 


Empenhada há três décadas em traduzir as obras de Marx e Engels, com rigor acadêmico e editorial, e sempre a partir dos manuscritos originais, a Boitempo conta hoje com mais de trinta volumes dos dois autores publicados, além de dezenas de livros dedicados ao estudo da teoria marxista.


Em 2025, a Coleção Marx-Engels ganha mais dois volumes: Do socialismo utópico ao socialismo científico, de Friedrich Engels, lançado no primeiro semestra; e o primeiro tomo das Teorias do mais-valor, obra inacabada de Karl Marx que foi por muitos considerada como o Livro IV de O capital.


O capital [livros I, II e III], de Karl Marx
Em 2011, a Boitempo deu início a uma de suas maiores empreitadas editoriais: a tradução completa de O capital, a principal obra de maturidade de Karl Marx. Em março de 2013, em meio ao projeto MARX: a criação destruidora, um conjunto de eventos que reuniu milhares de pessoas para debater a atualidade de seu pensamento, foi lançado o primeiro livro, O processo de produção do capital. A tradução de Rubens Enderle, vencedora do prêmio Jabuti 2014, foi a primeira realizada no Brasil a partir do texto preparado no âmbito da Marx-Engels Gesamtausgabe (MEGA2). Além dos prefácios elaborados por Marx e Engels para as diversas edições da obra e notas, a edição da Boitempo conta ainda com extenso aparato crítico.
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Para a crítica da economia política, de Karl Marx
Publicada em 1859, esta é a primeira tentativa de Marx de publicar de maneira sistemática sua crítica da economia política. Trata-se do único volume que efetivamente veio à luz numa série prevista de seis livros. Oito anos depois, remodelado o projeto inicial, a concepção ganharia corpo na principal obra do autor, O capital, publicada em 1867. Para a crítica delineia os conceitos equivalentes ao que depois comporia a Seção I da obra-prima do filósofo alemão.

Grundrisse, de Karl Marx
Estes manuscritos, em tradução rigorosa feita diretamente dos originais em alemão, revelam a gênese da crítica do pai do socialismo científico à economia política. Escritos entre 1857 e 1858, são uma oportunidade ímpar para compreender, detalhadamente, o laboratório de estudos do renomado teórico.

Resumo de O capital, de Friedrich Engels
Mais de 150 anos após sua publicação, a obra-prima de Karl Marx continua suscitando debates acalorados. Friedrich Engels, o principal parceiro intelectual de Marx, buscou durante muitos anos de sua vida divulgá-la e publicá-la em outras línguas, além de ter sido o principal editor e organizador dos livros 2 e 3. Este livro traz um conjunto de resenhas feitas por Engels logo após o lançamento do primeiro volume de O capital, além de um manuscrito que o resume, uma espécie de guia para entender a obra, publicado pela primeira vez em português.


Concebida pela Boitempo, principal editora de Marx e Engels no Brasil, para atingir um público amplo, a antologia O essencial de Marx e Engels propõe um mergulho de fôlego e amplitude sem precedentes nos principais pontos do projeto teórico desses dois autores. A organização, as apresentações de cada volume e as notas explicativas são de Marcello Musto, professor italiano com contribuições decisivas no florescente campo de estudo marxiano contemporâneo. A obra conta também com prefácio de José Paulo Netto e textos de apoio de alguns dos maiores especialistas brasileiros: Marilena Chaui, Jorge Grespan, Leda Paulani, Virgínia Fontes, Lincoln Secco e Alfredo Saad Filho. A edição é de Pedro Davoglio.  

O essencial de Marx e Engels reúne os textos mais importantes dos pensadores e revela cartas, manuscritos e rascunhos inéditos ou pouco conhecidos. Os três volumes, separados em escritos filosóficos, econômicos e políticos, contam com 16 partes temáticas e 66 extratos diferentes, incluindo obras publicadas, documentos e alguns escritos inacabados que foram anteriormente negligenciados. A obra revela, entre outras coisas, como estão equivocadas as interpretações que retratam Marx e Engels como pensadores eurocêntricos e economicistas, interessados apenas no conflito entre trabalhadores e capital.

Os volumes seguem uma linha cronológica que vai do início da década de 1840 até a morte de Engels, em 1895. Temas como a filosofia pós-hegeliana, a concepção materialista da história, método de pesquisa, trabalho e alienação, crise econômica, socialismo e muitos outros trazem ao público as ideias mais conhecidas e uma faceta pouco explorada da dupla. Em uma época em que as teorias de Marx e Engels voltam a ser investigadas em escala global, esta obra permite uma nova e mais completa interpretação geral de sua produção intelectual.

Além dos três volumes citados, a caixa contém o livreto Para ler Marx e Engels, com material complementar às obras publicadas no Brasil, como aulas, debates, palestras, itinerários de estudo e indicações de leituras de apoio.


Notas


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