Guia de leitura | Automação e o futuro do trabalho | ADC#60

Automação e o futuro do trabalho
Aaron Benanav

Guia de leitura / Armas da crítica #60

.

.

Quem é
Aaron Benanav?

Aaron Benanav é professor assistente no Departamento de Desenvolvimento Global da Universidade Cornell. Doutor em história pela Universidade da Califórnia de Los Angeles, formou-se em história pela Universidade de Chicago. Historiador, sociólogo e teórico social e econômico, pesquisa temas como automação, desemprego, desenvolvimento socioeconômico e sistemas econômicos alternativos. Seu trabalho articula teoria crítica com investigações sobre o futuro do trabalho. 

“Uma explicação impactante e persuasiva de por que o capitalismo não consegue criar empregos ou gerar renda para a maioria da humanidade.”

MIKE DAVIS

Autor de Cidade de quartzo e Apologia dos bárbaros

O discurso da automação e sua escatologia

Em 2017, a revista Business Insider reagiu aos desenvolvimentos em aprendizado de máquina definindo-os como um “apocalipse dos empregos”. Ela ecoava o tom catastrófico das pesquisas que sugeriam que muitos empregos eram “suscetíveis à computadorização”, apontando que os governos ignoravam os indícios de que o pior estava por vir.

Em vez de encontrar no mais recente salto tecnológico uma explicação para o desemprego maciço, Aaron Benanav indica como a estagnação da economia global, baseada na sobrecapacidade produtiva e no desinvestimento, é o verdadeiro cerne do contexto laboral rebaixado. Sem desconsiderar as transformações tecnológicas, Benanav recusa a perspectiva que as essencializa e demonstra como são as condições do capitalismo que impedem sua absorção.

Destaca-se o exercício final de Automação e o futuro do trabalho, ao dialogar com as utopias tecnodeterministas e imaginar o mundo da pós-escassez como uma nova perspectiva da produção de nossa própria existência.

Manoel Bastos

Professor Associado do Departamento de Comunicação da Universidade Estadual de Londrina, onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Comunicação, e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da mesma instituição.

Automação e o futuro do trabalho junta-se a um conjunto de contribuições que, diante das investidas avassaladoras do capital sobre as condições de vida e sobre a subjetividade da classe trabalhadora, mergulham na miséria contemporânea para indicar aí a necessidade de saídas realmente revolucionárias.”

MURILO VAN DER LAAN

Pós-doutorando em Sociologia na Unicamp, integrante do grupo de pesquisa Mundo do Trabalho e suas Metamorfoses e membro do conselho editorial da coleção Mundo do Trabalho, da Boitempo, ambos coordenados por Ricardo Antunes. 

O trabalho está com os dias contados?

Os rápidos avanços em inteligência artificial, aprendizagem de máquina e robótica parecem destinados a transformar o mundo do trabalho. Nas fábricas mais avançadas do mundo, empresas como a Tesla estão se esforçando para ter uma produção de “luzes apagadas”, na qual processos de trabalho totalmente automatizados, que não precisam mais de mãos humanas, podem funcionar no escuro. Será que estamos vivendo os últimos dias da labuta humana?

Na última década, o discurso da automação se consolidou em uma teoria social influente que pretende não apenas analisar as tecnologias atuais e prever seu futuro, mas também explorar as consequências da mudança tecnológica para a sociedade em geral.

Surgindo de todos os pontos do espectro político, sua confiança característica só aumentou em meio à recessão pandêmica. Embora a mudança tecnológica não tenha sido, por si só, a causa da perda de empregos, os teóricos da automação passaram a argumentar que a pandemia acelerou a transição para um futuro mais automatizado. Será que os teóricos da automação entenderam bem essa história?


[AUTOMAÇÃO E O FUTURO DO TRABALHO, p. 31-2 e 35-6]

Os dois lados da moeda

Grande parte do debate sobre o futuro da automação do local de trabalho gira em torno de uma avaliação do grau em que as tecnologias atuais ou do futuro próximo têm o caráter de substituir ou incrementar o trabalho. Os dois tipos de mudança técnica podem deixar muitos trabalhadores sem emprego. A questão que abordo aqui não é se as novas tecnologias de automação destruirão mais empregos no futuro (a resposta certamente é “sim”).

Será que a mudança tecnológica desenfreada foi a causa da baixa demanda por trabalho, como sugerem os defensores da teoria da automação? Vou me juntar aos críticos dessa teoria para argumentar que não.

No entanto, ao longo do caminho, também criticarei os críticos — tanto por fornecerem explicações que se aplicam apenas aos países de alta renda, quanto por não conseguirem produzir uma visão radical sobre a mudança social que seja adequada à escala global do problema da baixa demanda por trabalho. É preciso dizer desde o princípio que simpatizo mais com a vertente de esquerda do discurso da automação do que com qualquer de seus críticos.


[AUTOMAÇÃO E O FUTURO DO TRABALHO, p. 36-7 e 42]

Desindustrialização e desemprego

Ao defender seu ponto de vista, os teóricos da automação costumam apontar o setor manufatureiro como antecedente ao que imaginam que está começando a acontecer no setor de serviços. Na manufatura, o apocalipse do emprego já aconteceu. Para avaliar as declarações desses teóricos, portanto, faz sentido começar analisando o papel que a automação desempenhou no destino desse setor.

Nos últimos cinquenta anos, a industrialização deu lugar à desindustrialização em todos os setores manufatureiros da maioria dos países.

O que os economistas não registram em suas explicações sobre a desindustrialização é também o que falta nas considerações dos teóricos da automação. A verdade é que as taxas de crescimento da produção manufatureira têm tendido a diminuir, não apenas neste ou naquele país, mas em todo o mundo.


[AUTOMAÇÃO E O FUTURO DO TRABALHO, p. 46 e 54]

“É o incrível grau de desaceleração na taxa de expansão da produção manufatureira que explica por que o crescimento da produtividade manufatureira parece ter avançado rapidamente, embora na verdade tenha sido muito mais lento do que em épocas anteriores. Cada vez mais se produz com menos trabalhadores, como afirmam os teóricos da automação, mas não porque a mudança tecnológica tenha dado origem a altas taxas de crescimento da produtividade. Longe disso — o crescimento da produtividade no setor manufatureiro tem parecido rápido apenas porque o padrão de crescimento da produção, em relação ao qual ele é medido, está encolhendo.”

AARON BENANAV

Financeirização e desinvestimento

Quando o motor de crescimento da industrialização se enfraqueceu devido à replicação das capacidades técnicas, à redundância internacional e à concorrência acirrada pelos mercados, não houve substituto para ele como fonte de crescimento rápido. Em vez de uma realocação de trabalhadores de empregos de baixa produtividade para empregos de alta produtividade, ocorre o contrário. Os trabalhadores se acumulam em empregos de baixa produtividade, principalmente no setor de serviços.

À medida que os países se desindustrializaram, eles também observaram um acúmulo massivo de capital financeirizado buscando retornos para a propriedade de ativos relativamente líquidos em vez de investir a longo prazo em um novo capital fixo. Apesar do alto grau de sobrecapacidade na indústria, não há nenhum lugar mais lucrativo na economia real para o capital ser investido. Se assim fosse, teríamos evidências disso em taxas mais altas de acumulação de capital e, consequentemente, em taxas mais altas de crescimento do PIB. Em vez disso, o que vemos é um desinvestimento contínuo — com as empresas usando dinheiro ocioso para recomprar suas próprias ações ou pagar dividendos — e taxas de juros de longo prazo em queda, já que a oferta de fundos de empréstimo supera em muito a demanda.


[AUTOMAÇÃO E O FUTURO DO TRABALHO, p. 67-8]

“As desacelerações econômicas foram particularmente devastadoras para os países de baixa e média renda nessa época, não apenas porque eles eram mais pobres, mas também porque essas desacelerações ocorreram em uma era de rápida expansão da força de trabalho.

Esses ingressantes no mercado de trabalho, vivendo majoritariamente em países mais pobres, tiveram o infortúnio de crescer e procurar trabalho em uma época em que a sobrecapacidade industrial global começou a moldar os padrões de crescimento econômico nos países pós-coloniais.”

AARON BENANAV

Empregos cada vez mais precários

O termo “precariedade” entrou em um universo lexical mais amplo justamente em meio a protestos contra leis que reduziam a segurança no emprego para muitos trabalhadores, principalmente para mulheres e jovens.

Um número cada vez maior de trabalhadores foi exposto à insegurança no emprego em um momento em que, devido à desaceleração das taxas de criação de empregos em economias anêmicas, eles teriam dificuldade em encontrar um novo emprego caso perdessem seus postos de trabalho. Esses trabalhadores foram forçados a moderar suas demandas por aumentos salariais.

Ao redor do mundo, a participação do trabalho na renda caiu cinco pontos percentuais entre 1980 e meados da década de 2000, uma vez que uma parcela crescente do crescimento da renda foi capturada por uma pequena classe de detentores de riqueza.

[AUTOMAÇÃO E O FUTURO DO TRABALHO, p. 87-8 e 97]

“Os jovens que entram no mercado de trabalho ganham rendas que nunca poderiam sustentar domicílios independentes, especialmente onde os aluguéis estão aumentando rapidamente. Muitas vezes, eles não conseguem sair da casa dos pais e constituir suas famílias. Assumindo dívidas em um esforço para progredir, eles descobrem que o pagamento de seus empréstimos absorve grande parte de seus salários, uma vez que sua renda permanece relativamente estagnada ao longo do tempo.”

AARON BENANAV

Rumo a um futuro pós-escassez

O declínio generalizado da demanda por trabalho ao redor do mundo, especialmente quando combinado com ameaças ambientais iminentes, tornou impossível superar, do ponto de vista econômico, o problema do excedente de trabalho mundial.

Ao mesmo tempo, a desaceleração das taxas de crescimento econômico, que sustentou esse problema em primeiro lugar, resultou em uma situação em que os capitalistas lutam ferozmente contra quaisquer reformas que ameacem seu controle de decidir sobre os investimentos.

Esse é o mundo que herdamos e é onde nossas reflexões políticas devem começar. Somente uma conquista sobre a produção, que finalmente consiga arrancar dos capitalistas o poder de controlar as decisões referentes aos investimentos, tornando a greve do capital inoperante, poderá abrir caminho para avançarmos rumo a um futuro pós-escassez.

[AUTOMAÇÃO E O FUTURO DO TRABALHO, p. 117]

Imaginar uma nova economia para além do avanço tecnológico

E se, de repente, todos tivessem acesso a assistência médica, educação e bem-estar suficientes para atingir seu potencial máximo? O que teria de mudar no presente para que esse cenário futuro se concretizasse?

Em um mundo totalmente capacitado, as paixões de todos seriam igualmente dignas de serem perseguidas. Determinados indivíduos não seriam designados para coletar lixo, lavar pratos, cuidar de crianças, cultivar o solo ou montar aparelhos eletrônicos durante toda a vida, apenas para que outros pudessem ser livres para fazer o que quisessem.

Enquanto os teóricos da automação depositam suas esperanças na tecnologia, muitos dos teóricos originais da pós-escassez – como Karl Marx, Thomas More, Etienne Cabet e Peter Kropótkin – não precisaram recorrer a um deus ex machina para resolver esse enigma. Eles afirmavam que a pós-escassez era possível sem a automação da produção. Em vez disso, argumentavam que precisávamos reorganizar a vida social em duas esferas separadas, mas inter-relacionadas: a da necessidade e a da liberdade.

[AUTOMAÇÃO E O FUTURO DO TRABALHO, p. 121]

Entre liberdade e necessidade

Na esfera da necessidade, compartilharíamos os trabalhos necessários para nossa reprodução coletiva, que formam a condição que possibilita tudo o mais que desejamos fazer (o fornecimento de moradia, alimentação, vestuário, bens intermediários e finais comuns, saneamento, água, eletricidade, assistência médica, educação, cuidados com crianças e idosos, meios de comunicação e transporte e assim por diante).

Dividiríamos as responsabilidades levando em conta as aptidões e propensões individuais. Algumas tarefas precisariam ser realizadas localmente, mas muitas poderiam ser planejadas em escala regional ou global, usando tecnologias avançadas de computação.

O objetivo é possibilitar, por meio de um projeto social coletivo, o que os teóricos da automação esperam alcançar tecnologicamente, embora as tecnologias avançadas certamente desempenhem um papel na expansão do alcance da liberdade.

[AUTOMAÇÃO E O FUTURO DO TRABALHO, p. 125 e 129]

rien faire comme une bête

A frase de Theodor Adorno, teórico crítico da Escola de Frankfurt, sugere um mundo no qual a desapropriação material e a insegurança existencial que ela gera foram universalmente abolidas.

Nada disso exige que assumamos uma harmonia espontânea de interesses ou uma natureza humana benigna. Pelo contrário, o fim das compulsões econômicas implica que muitas pessoas estarão livres para se retirar de relacionamentos pessoais opressivos dentro das famílias ou de locais de trabalho, ou para renegociar os termos desses compromissos.

O financiamento para pesquisa ou arte também não seria mais determinado pela motivação do lucro ou ditado pelos interesses dos ricos. O que chamamos de “capital” na sociedade da escassez seria, na sociedade pós-escassez, reconhecido pelo que é: nossa herança social comum. Construído ao longo de gerações, não pertencendo a ninguém, mas a todos, é aquilo sem o qual ninguém poderia atingir seus objetivos maiores, ou mesmo imaginá-los.

[AUTOMAÇÃO E O FUTURO DO TRABALHO, p. 129-30]

“A mudança tecnológica não é uma força externa à qual as sociedades devem simplesmente se adaptar; ela é um processo mediado social e politicamente.

A atual trajetória da IA generativa reflete as prioridades das empresas que buscam reduzir os custos, disciplinar os trabalhadores e consolidar os lucros — e não qualquer impulso para melhorar a prosperidade humana.

Mas não precisa ser assim. O futuro permanece aberto, dependendo de nossa disposição em confrontar, contestar e redirecionar os caminhos pelos quais a tecnologia avança.”

AARON BENANAV

Leituras complementares

Baixe os conteúdos complementares do mês em PDF!

Este mês trazemos um artigo de Ludmila Costhek Abílio publicado na revista Margem Esquerda #36; a apresentação de Ricardo Antunes à edição comemorativa de 25 anos de Os sentidos do trabalho (além do prefácio de Istvan Mészáros à obra); e um capítulo da coletânea Icebergs à deriva: o trabalho nas plataformas digitais, escrito pelo sociólogo Giovanni Alves.

Clique nos botões vermelhos abaixo para fazer o download!

Ludmila Costhek Abílio

Uberização, autogerenciamento e o governo da viração


Ricardo Antunes

Os sentidos do trabalho, 25 anos


Giovanni Alves

Trabalho digital, cooperação complexa e trabalhador coletivo do capital: notas críticas

Vídeos

Este mês trazemos o lançamento antecipado do livro com Mariana Shinohara Roncato, Murillo van der Laan, Ricardo Antunes e mediação de Renata Falavina; recordamos o debate “Dominação social hoje”, com Moishe Postone, Vladimir Safatle e Jorge Grespan; e compartilhamos a playlist com a íntegra do curso “O privilégio da servidão“, ministrado por Ricardo Antunes, em que o professor de Sociologia da Unicamp discute temas como a precarização do trabalho na era digital e os desafios atuais do movimento sindical.

Para aprofundar…

Compilação de textos, podcasts e vídeos que dialogam com a obra do mês.

Rádio Boitempo: Megafone #11: “Trabalho e (des)valor no capitalismo de plataforma”, com Ricardo Antunes, out. 2023.

Rádio Boitempo: Megafone #10: COLONIALISMO DIGITAL, com Walter Lippold, set. 2023.

Rádio Boitempo: Extra #2: Brasil em disputa – o futuro do trabalho, com Ricardo Antunes, set. 2022.

Pauta Pública: Escala 6×1 e o mundo do trabalho, com Ricardo Antunes, dez. 2024.

Rádio Boitempo: Megafone #6: O CAPITAL, de Karl Marx, com Deivison Faustino, nov. 2022.

Tech Won’t Save Us: Jobs Suck, But Not Because of Automation [em inglês], com Aaron Benanav e Paris Marx, nov. 2020.

Jacobin Radio: Behind the News: Beyond the Capitalist Economy [discussão sobre um artigo recente do autor, publicado pela New Left Review, acerca das possibilidades de uma economia democraticamente planejada – em inglês], com Aaron Benanav, Jerome Nikolai Warren e Doug Henwood, ago. 2025.

Rádio Boitempo: Coleção Marx-Engels #3: CAPÍTULO IV (INÉDITO) e ENQUETE OPERÁRIA, de Karl Marx, com Murillo van der Laan, set. 2023.

A vida além do trabalho é uma utopia?, com Arlene Clemesha, Ricardo Antunes e Carolline Sardá, TV Boitempo.

Trabalho e lutas sociais, com Virginia Fontes, TV Boitempo.

Seminário Internacional “Automação e Digitalização no Capitalismo Contemporâneo” [legendado], com Aaron Benanav e Edemilson Paraná, GEPD UFRN.

Trabalho no século XXI: inteligência artificial, plataformas digitais e indústria 4.0, com Jörg Nowak, Tábata Berg, Kelem Rosso, Katiuscia Galhera e Ricardo Festi, TV Boitempo.

Uberização, indústria digital e trabalho 4.0, com Ricardo Antunes, Paulo Galo e Luci Praun, TV Boitempo.

Our Economy Limits Us From Making Better Technology [em inglês], com Aaron Benanav e Paris Marx, Tech Won’t Save Us.

“O capitalismo nos unilateraliza”, com Mario Duayer, TV Boitempo.

Uberização, indústria digital e trabalho 4.0, com Galo de Luta, Rafael Grohmann, Ricardo Antunes, Márcio Pochmann e Renata Mielli, TV Boitempo.

Trabalho em plataformas: regulamentação ou desregulamentação?, com Murillo van der Laan, Marco Gonsales e Mariana Shinohara, TV Boitempo.

Trabalho e subordinação ao capital, com Mauro Iasi, TV Boitempo.

A escatologia do ‘Apocalipse dos empregos’: Benanav e a crítica ao ‘discurso da automação’“, por Manoel Dourado Bastos, Blog da Boitempo, out. 2025.

Automação das forças produtivas e o fim do emprego, uma resenha (com perguntas) do livro de Aaron Benanav“, por Thiago Canettieri, Blog da Boitempo, set. 2025.

Um novo espectro ronda o mundo: o trabalho na era da Inteligência Artificial“, por Ricardo Antunes, Blog da Boitempo, jan. 2025.

A superação do trabalho: um olhar alternativo para além do capitalismo“, por Robert Kurz e Norbert Trenkle, Blog da Boitempo, jul. 2019.

‘The social movements of our time are explosive’: Aaron Benanav on robots and revolution The economic historian and social theorist discusses automation and the future of the left.“, por Lola Seaton, The New Statesman, jan. 2021.

O que Marx diria sobre o ChatGPT?“, por Gabriel Teles, Blog da Boitempo, out. 2025.

De dentro da boca do tubarão: reflexões sobre linguagem e desterramento em tempos de IA“, por Rafael Torrano Ciancio, Blog da Boitempo, set. 2025.

Quando o play financia a guerra: Spotify, society-centered design e o investimento bélico do seu CEO“, por Rafael Cavalcante Lima, Blog da Boitempo, set. 2025.

A mentira contada sobre o crowdsourcing (ou por que empresas como a iFood nem deveriam existir)“, por Ricardo Festi, Julice Salvagni, Maria Aparecida Bridi e Rodrigo Carelli, Blog da Boitempo, out. 2025.

A edição de conteúdo deste guia é de Carolina Peters e as artes são de Victoria Lobo e Mateus Rodrigues.