Autores internacionais da Boitempo respondem 5 questões sobre 2025

O ano mal começou e já se anuncia repleto de acontecimentos no Brasil e no mundo: da posse de Donald Trump ao desenrolar contraditório do tão aguardado cessar-fogo em Gaza, passando pela surpreendente IA chinesa e as indicações de Ainda estou aqui ao Oscar… haja coração, análise de conjuntura e disposição militante para enfrentar o que vem por aí. Mas é, além disso, um ano para celebrar: em 2025, a Boitempo completa 30 anos e a Boitatá, 10 anos! Para marcar esta data e refletir sobre o período que se inicia, convidamos alguns dos autores internacionais do nosso catálogo para compartilhar seus desejos, planos e — por que não? — excelentes dicas de filmes para o ano novo.

Confira abaixo as respostas de Clara Mattei, Kevin Anderson, Michael Löwy, Patricia Hill Collins e Ruth Wilson Gilmore.


Clara Mattei, autora de A ordem do capital: como economistas inventaram a austeridade e abriram caminho para o fascismo

  • Um desejo: que o genocídio em Gaza pare o mais rápido possível e que a comunidade internacional ajude a apoiar a autodeterminação palestina e a paz na região
  • Um desafio para mim: Construir o Centro de Economia Heterodoxa (CHE) em Tulsa, Oklahoma, como um espaço para contribuir com a promoção da agência econômica coletiva
  • Um filme: From Ground Zero, dirigido por Aws Al-Banna e outros

  • O mundo em 2025, em uma palavra: solidariedade
  • Algo que gostaria de mudar: nossa economia capitalista

Kevin Anderson, autor de Marx nas margens: nacionalismo, etnias e sociedades não ocidentais

  • Um desejo: revolução humanista
  • Um desafio: o ressurgimento do fascismo
  • Um filme: Terra e liberdade, de Ken Loach
     
  • O mundo em 2025, em uma palavra: contraditório
  • Algo que gostaria de mudar: o mundo

Michael Löwy, autor de Marx, esse desconhecido, A teoria da revolução no jovem Marx, Walter Benjamin: aviso de incêndio e A estrela da manhã: surrealismo e marxismo, além de Centelhas (com Daniel Bensaïd), O caderno azul de Jenny (com Olivier Besancenot) e Lucien Goldmann: ou a dialética da totalidade (com Sami Naïr)

  • Um desejo: colocar um grão de areia que atrapalhe a engrenagem mortífera do capitalismo
  • Um desafio: enfrentar o tacão de ferro do neofascismo e do ecocídio
  • Um filme: Spartacus, de Stanley Kubrick — é antigo (1960), mas sempre atual
  • O mundo em 2025, em uma palavra: Revolução?
  • Algo que gostaria de mudar: tudo! Um outro mundo é possível

Patricia Hill Collins, autora de Intersecções letais: raça, gênero e violênciaPensamento feminista negro, Bem mais que ideias: a interseccionalidade como teoria social crítica, e Interseccionalidade, escrito em parceria com Sirma Bilge, além de Democracia para quem? (com Angela Davis e Silvia Federici

  • Um desejo: solidariedade
  • Um desafio: corrupção
  • Um filme (ou dois): Piano de família, de Malcolm Washington (ou Peça por peça, de Morgan Neville, que assisti com meus netos)
  • O mundo em 2025, em uma palavra: difícil
  • Algo que gostaria de mudar: mais verdade, menos mentiras


Ruth Wilson Gilmore, autora de Geografia abolicionista: ensaios rumo à libertação (no prelo)

  • Um desejo: internacionalismo de baixo pra cima
  • Um desafio: abolição é um ensaio da emancipação – visceral e intelectualmente
  • Um filme (ou dois): Mário, de Billy Woodberry
  • O mundo em 2025, em uma palavra: solidariedade
  • Algo que gostaria de mudar: transformar o desespero em agressão criativa


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