Michael Löwy: O golpe de Estado de 2016 no Brasil

"A prática do golpe de Estado legal parece ser a nova estratégia das oligarquias latino-americanas."

michael lowy golpe de estado 2016

Michael Löwy na sede da Boitempo em São Paulo. Foto: Artur Renzo.

Por Michael Löwy.

Vamos dar nome aos bois. O que aconteceu no Brasil, com a destituição da presidente eleita Dilma Rousseff, foi um golpe de Estado. Golpe de Estado pseudolegal, “constitucional”, “institucional”, parlamentar ou o que se preferir. Mas golpe de Estado. Parlamentares – deputados e senadores – profundamente envolvidos em casos de corrupção (fala-se em 60%) instituíram um processo de destituição contra a presidente pretextando irregularidades contábeis, “pedaladas fiscais”, para cobrir déficits nas contas públicas – uma prática corriqueira em todos os governos anteriores! Não há dúvida de que vários quadros do PT estão envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras, mas Dilma não… Na verdade, os deputados de direita que conduziram a campanha contra a presidente são uns dos mais comprometidos nesse caso, começando pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (recentemente suspenso), acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão fiscal etc.

A prática do golpe de Estado legal parece ser a nova estratégia das oligarquias latino-americanas. Testada em Honduras e no Paraguai (países que a imprensa costuma chamar de “República das Bananas”), ela se mostrou eficaz e lucrativa para eliminar presidentes (muito moderadamente) de esquerda. Agora foi aplicada num país que tem o tamanho de um continente…

Podemos fazer muitas críticas a Dilma: ela não cumpriu as promessas de campanha e faz enormes concessões a banqueiros, industriais, latifundiários. Há um ano a esquerda política e social cobra uma mudança de política econômica e social. Mas a oligarquia de direito divino do Brasil – a elite capitalista financeira, industrial e agrícola – não se contenta mais com concessões: ela quer o poder todo. Não quer mais negociar, mas sim governar diretamente, com seus homens de confiança, e anular as poucas conquistas sociais dos últimos anos.

Citando Hegel, Marx escreveu no 18 de Brumário de Luís Bonaparte que os acontecimentos históricos se repetem duas vezes: a primeira como tragédia, a segunda como farsa. Isso se aplica perfeitamente ao Brasil. O golpe de Estado militar de abril de 1964 foi uma tragédia que mergulhou o Brasil em vinte anos de ditadura militar, com centenas de mortos e milhares de torturados. O golpe de Estado parlamentar de maio de 2016 é uma farsa, um caso tragicômico, em que se vê uma cambada de parlamentares reacionários e notoriamente corruptos derrubar uma presidente democraticamente eleita por 54 milhões de brasileiros, em nome de “irregularidades contábeis”. O principal componente dessa aliança de partidos de direita é o bloco parlamentar (não partidário) conhecido como “a bancada BBB”: “Bala” (deputados ligados à Polícia Militar, aos esquadrões da morte e às milícias privadas), “Boi” (grandes proprietários de terra, criadores de gado) e “Bíblia” (neopentecostais integristas, homofóbicos e misóginos). Entre os partidários mais empolgados com a destituição de Dilma destaca-se o deputado Jair Bolsonaro, que dedicou seu voto aos oficiais da ditadura militar e nomeadamente ao coronel Ustra, um torturador notório. Uma das vítimas de Ustra foi Dilma Rousseff, que no início dos anos 1970 era militante de um grupo de resistência armada, e também meu amigo Luiz Eduardo Merlino, jornalista e revolucionário, morto em 1971 sob tortura, aos 21 anos de idade.

O novo presidente, Michel Temer, entronizado por seus acólitos, está envolvido em vários casos suspeitos, mas ainda não é alvo de investigação. Uma pesquisa recente perguntou aos brasileiros se eles votariam em Temer para presidente da República: 2% responderam que sim…

Em 1964, grandes manifestações “da família com Deus pela liberdade” prepararam o terreno para o golpe contra o presidente João Goulart; dessa vez, multidões “patrióticas” – influenciada pela imprensa submissa – se mobilizaram para exigir a destituição de Dilma, em alguns casos chegando a pedir o retorno dos militares… Formadas essencialmente por brancos (os brasileiros são em maioria negros ou mestiços) de classe média, essas multidões foram convencidas pela mídia de que, nesse caso, o que está em jogo é “o combate à corrupção”.

O que a tragédia de 1964 e a farsa de 2016 têm em comum é o ódio à democracia. Os dois episódios revelam o profundo desprezo que as classes dominantes brasileiras têm pela democracia e pela vontade popular.

O golpe de Estado “legal” vai transcorrer sem grandes obstáculos, como em Honduras e no Paraguai? Isso ainda não é certo… As classes populares, os movimentos sociais e a juventude rebelde ainda não deram a última palavra.

* Artigo enviado pelo autor diretamente ao Blog da Boitempo. A tradução, a partir do original em francês, é de Mariana Echalar.


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Michael Löwy, sociólogo, é nascido no Brasil, formado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, e vive em Paris desde 1969. Diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Homenageado, em 1994, com a medalha de prata do CNRS em Ciências Sociais, é autor de Revolta e melancolia: o romantismo na contracorrente da modernidade, Walter Benjamin: aviso de incêndio (2005), Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade (2009), A teoria da revolução no jovem Marx (2012), A jaula de aço: Max Weber e o marxismo weberiano (2014) e organizador de Revoluções (2009) e Capitalismo como religião (2013), de Walter Benjamin, além de coordenar, junto com Leandro Konder, a coleção Marxismo e literatura da Boitempo. Colabora com o Blog da Boitempo esporadicamente.

41 comentários em Michael Löwy: O golpe de Estado de 2016 no Brasil

  1. Löwy segue sendo uma das vozes mais interessantes de se acompanhar na atualidade. É fundamental nomear o golpe sem reservas ou ponderações. Para quem acha que é um golpe contra Dilma, não entendeu nada.

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    • Não chegou o tempo de, no lugar de se lamentar que uma vez mais ganhou temporalmente o jogo o partido da corrupção, a direita que apoia a grupos financeiros para reinventar capitais fictícios e alimenta os clans do poder oligárquico para retomar o poder, não chegou o tempo de declarar morta a esquerda burocrática e sindicalista que na sua colaboração aberta com os poderes financeiros acabou com uma época de romanticismos esquerdistas latino-americanos e enterrou por fim aos maiores usurpadores e enganadores do povo, aqueles que roubam, não em nome da ordem e o progresso, mas em nome das massas de trabalhadores por quem sempre lutaram para que continuassem na sua escravidão como trabalhadores “dignos” ou seja trabalhadores-consumidores-devedores-eleitores-submissos-cidadoes-que-respeitam-a-democracia-da-mercadoria”? Não chegou o tempo de unir forças não unicamente para acabar com o domínio da economia sobre a vida de todos mas também acabar com a epidemia da politica que tem a mentira como credo de morte? Não chegou o tempo de abrir os olhos e dizer que a direita foi sempre golpista e que o fato novo e que a esquerda morreu para permitir as novas consciências da emancipação levantar um novo movimento que sabe que não pode se vender a nenhum partido para transformar o mundo?

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  2. Antonio Tadeu Meneses // 17/05/2016 às 1:34 pm // Responder

    A tese do “Golpe pseudo legal” implica que se um presidente que foi eleito, mas, sob sua governança se cometam muitos erros e crimes administrativos, por ele próprio ou por sua equipe de primeiro escalão, funcionários estatais de alto nível escolhido por ele significa que não existe a menor chance de substitui-lo antecipadamente, mesmo que esteja previsto na constituição? Quer dizer se não houver um gesto ético do presidente de renunciar, teremos que aguentar até a próxima eleição?
    Todos sabemos que foram cometidos erros e crimes administrativos, basta acompanhar o mensalão, o petrolão, operação lava jato, operação zelotes, operação acrônimos, fraudes no CARF, etc. só para citar alguns. mas sem esquecer o caso do prefeito de Santo André, Celso Daniel.
    O processo do impeachment, que está baseado na constituição e em uma lei que não previa a reeleição e se exclui, portanto, o primeiro mandato de governança de 2010 à 2014. Foram encaminhado a câmara dos deputados mais de 50 pedidos, porém só foi aceito um e parcialmente.
    O pedido de autoria dos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, foi baseado no laudo do TCU aprovado por todos seus membros, contemplava três “colunas” de apoio, sendo a 1ª operação Lava Jato, a 2ªPedaladas Fiscais e a 3ª Decretos de Créditos Suplementares sem autorização do Congresso. A primeira das parte foi excluída, pelo Presidente da Câmara dos Deputados e do Presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Esta in exclusão beneficia diretamente a “Presidenta” Dilma e o Presidente da Câmara dos Deputados.
    O processo que tem um contexto político e Jurídico, já está durando 8 meses, aproximadamente, tem seguido todos os ritos do STF, passando pela Comissão Especial e pelo Plenário da Câmara dos Deputados, com amplo direito de defesa, aceito o pedido por mais de 2/3 dos deputados, foi encaminhado ao Senado. Lá também seguindo o rito do STF, na primeira fase foi aprovado por uma comissão especial, e por mais de 2/3 dos senadores que compareceram ao plenário, sendo que só precisaria da metade mais um dos votantes. Com amplo direito de defesa a “presidenta” foi afastada por 180 dias. O processo segue agora por mais duas fases.
    Além disso a maioria dos processos dos partidos do governo que foi recorrido a STF foi rejeitado.
    Então depois de tudo isto faz sentido chamar este processo de golpe?

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    • josé corrêa // 17/05/2016 às 5:01 pm // Responder

      Grande fascista. Não é golpe, não. São todos sérios, incorruptíveis, boas pessoas.

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    • A condição de golpe ao qual todo esse processo está submetido é absolutamente incontestável para uma mente sadia e de espírito ético. Bandidos tanto do Congresso, como do Senado retiraram – até agora- uma presidente honesta que tem um patrimônio particular de um trabalhador de classe média. O STF e os Ministérios Públicos são partícipes do golpe. Aliás, na quinta-feira anterior àquele teatro de horrores que vimos no Congresso, o STF teve a chance histórica de colocar ordem no país e se omitiu, escondendo a cabeça no buraco. É tudo uma grande vergonha. Hoje, qualquer hondurenho, paraguaio e brasileiro sério e digno, se envergonha das suas respectivas nacionalidades.

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      • Presidente “honesta” que comprou uma refinaria nos EUA que valia 40 milhões (pelo peso do ferro) por 1 bilhão. Ainda teve a cara de pau de dizer que “não leu o relatório”??? Em que mundo você vive?? É assim que funciona as coisas em seu mundo??

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        • “Paulo”, você tem os recibos de compra e venda da refinaria do Estados Unidos? Você tem fotos honestas da nossa querida presidente Dilma comprando e recebendo a refinaria do Estados Unidos? E se for provado que a nossa querida presidente Dilma estava ajudando o Estados Unidos agora falido? Dilma, meu amor “Paulo”, estava comprando uma refinaria falida pra postergar a quebra norte-americana. O Brasil antes do golpe ajudou toda o continente americano.E agora, “Paulo”?

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        • Não recebi ( ou não vi à época) que alguém havia me respondido. Só agora vi essa sua resposta. Bom, o mundo em que vivo, é este, situado em uma república bananeira que se submete a golpes em pleno século 21 e que, como dizia Chico Buarque, voltou a falar grosso com a Bolívia e fino com os EUA. Aliás, não são golpes. São etapas bem definidas do golpe de 2016 e que eu previ já em 2012 no artigo “o risco que corremos” ( http://oemporiodocesar.blogspot.com/2012/10/o-risco-que-corremos_6.html ).
          O estágio atual é a consolidação da escancarada seletividade da justiça em um convênio com a grande mídia, como meio para implementação das políticas anti-sociais e de entrega de patrimônio na perspectiva de um projeto ultra-liberal e submisso ao capital financeiro desenvolvido no centro do capitalismo. O Brasil é isso: voltou a ser a periferia do capitalismo e será tratado assim, como periferia.

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          • Aída Paiva // 12/07/2018 às 7:09 pm // Responder

            Ge Cesar, eu estava procurando no blog da Boitempo o teórico francês que estuda o liberalismo, Gerard Duménil, pra poder criticar melhor e com elegância o Reinaldo Azevedo no “O É da Coisa” na BandNews no Youtube às 18 horas. O Reinaldo Azevedo está de férias e volta dia 15. Agora só da pra ouvir o Zé Simão. eu estou procurando argumentos contra o liberalismo do Reinaldo Azevedo uma coisa do tipo afiar as garras. Os comentários em outros blogs mais populares são muito pobres e seria muito bom enriquecer intelectualmente esse pessoal e é isso que eu estou buscando fazer.
            Daí respondi ao comentário de uma pessoa que te criticou um tal de Paulo.
            Eu também releio os comentários e sempre vejo se responderam nos meus e-mails.
            Obrigada pela atenção.

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    • O Golpe nao está na simples destituição. Essa é a cabeca do golpe. A introdução de um projeto ultraliberal derrotado 4 vezes nas urnas é q dá o sentido e justifica esse impeachment q ja virou piada no mundo. O retrocesso de politicas humanitarias, a crescente caça as bruxas, e a derrubada do Brics num contexto mais global define o resto. Um golpe. Cabeça, tronco e membros. Sua alma é a postura antidemocratica. O medo implicito das eleicoes. O justiçamento.

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      • Perfeito Alex. Esta é a concepção completa do golpe.

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      • Eu discordo, Alex, desse pensamento político da direita golpista. O que a direita golpista quer é dinheiro e riqueza e por isso fizeram o golpe com o apoio de toda a classe pobre brasileira porque o golpe não foi dado sem apoio desses miseráveis. Os golpistas falaram que o Brasil poderia ficar mais rico ainda e que não estava muito rico porque o PT roubava e assim os pobres apoiaram o golpe pensando que iam ficar mais ricos.

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    • Paulo Alexandre // 23/05/2016 às 2:56 pm // Responder

      Foi muito bem doutrinado pela midia golpista, pena que dormia o sono dos inocentes em outras épocas, ou seja, se a midia não te desperta vai sem mugir ao matadouro. Melhor não ler Löwy, pode te fazer pensar autonomamente.

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      • A mídia teve outra opção a não ser apoiar o golpe? O que você faria se pudesse optar em continuar com seu emprego ou ir pras ruas defender o PT desempregado e com os filhos passando fome?
        Dei-me conta agora que estamos fazendo o balanço do golpe.

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  3. Antonio Elias Sobrinho // 17/05/2016 às 1:38 pm // Responder

    O artigo é muito simples e fica muito aquém do talento do autor. Isso porque quando se ver o nome de 1 figurão num artigo agente corre pensando encontrar grandes coisas. No entanto, esse é apenas um repeteco singelo do que foi exaustivamente debatido no processo de destituição. De qualquer maneira a comparação com 1964 e os outros golpes na América latina, apesar de acrescentar nenhuma novidade, valeu para estimular o debate. E, com relação a isso, digo que Dilma não merecia esse processo, sobretudo por quem foi encaminhado e dirigido, mas também digo que ela fez tudo que era possível para cair em desgraça, tendo começado pelo calote que deu nos seus eleitores ao adotar o projeto de seus algozes, contra o qual o PT e seus eleitores se debateram por décadas.

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    • Elias Sobrinho, a nossa querida presidente realmente errou. Aí vai a lista do que o PT deveria ter feito faz muito tempo:
      _imposto sobre as grandes fortunas
      _tomar os meios de produção
      _democratizar a economia, a sociedade e a política
      _instalar o Estado de Bem Estar Social
      Concorda agora ou não?

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  4. andreluizgf2015 // 17/05/2016 às 1:54 pm // Responder

    Pedaladas serem prática corriqueira de outros presidentes legaliza o ato? Não era melhor então dar o exemplo e não praticá-las?

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    • Bito Manué // 17/05/2016 às 3:53 pm // Responder

      Justamente, porque não é questão de bons ou maus exemplos, senão que da natureza da estrutura fiscal do Estado.

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    • Esmeraldo Cabreira // 18/05/2016 às 11:54 am // Responder

      Que HIPOCRISIA! Qualquer país pode ter situações de crises econômicas neste cenário atual. Obama teve que realizar processos similares por diversas vezes lá nos EUA. E 16 Governadores e Prefeitos de Capitais brasileiras também usaram destes recursos.
      Aí, a hipocrisia, a falta de caráter e respeito democrático levaram os “perdedores de sempre” a usarem o ético CUNHA e sua Quadrilha! Esta quadrilha fez espionagem no STF, Congresso, Judiciário e tem como LÍDER o ESPIÃO DA CIA, Dr. Michel Temer, agora presidente interino do Brasil. Assim, temos um títere ESPIÃO da CIA como Comandante em Chefe das Forças Armadas do Brasil! Coxinhas levaram o País ao CAOS para poder viabilizar o GOLPE DE ESTADO. Coxinhas perderam o equilibrio emocional, a racionalidade e a dignidade! É simplesmente isso!
      O Mundo Civilizado está ACUSANDO!
      Perderão as próximas eleições de novo.
      Esmeraldo Cabreira. Mestre e Doutor UFRGS.

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      • Colocar que carrega consigo o titulo de doutor, não passa credibilidade nenhuma em seus argumentos…

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      • Nelson Franco Jobim // 26/06/2016 às 3:41 am // Responder

        Que discurso histérico! Não há golpe nenhum. Há a queda de um governo corrupto e desmoralizado cuja defesa é alegar que os outros também roubam e violam a lei. Desculpa de bandido. Qual a desculpa para roubar servidores e aposentados no crédito consignado?

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    • Perfeito André! Façamos o seguinte então. A Dilma cometeu 6 pedaladas ( pouco importa se em todas elas o dinheiro retorno à sua origem). FHC cometeu mais de 100, mas isso já prescreveu. Não podemos mais “derrubá-lo”. Derrubemos então todos os governadores atuais. Quase todos se ocupam da mesma prática. Geraldo Alckimin, por exemplo, já cometeu 31. Quero saber o seguinte, André: você se propõe a ir às ruas para derrubar Alckimin? A Globo te convencerá a fazê-lo?

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    • Isso justifica transformar isso em crime convenientemente e para derrubar um projeto progressista?

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  5. mari santos // 17/05/2016 às 2:15 pm // Responder

    Concordo com Elias Sobrinho .Os algozes de Dilma são destituídos de moral e dignidade. São velhas (e novas) raposas.E quem só fala em “petrolão e mensalão ” tem memória muito fraca. Esquece que isto comecou lá com FHC.E que Lula não teria conseguido governar sem o apoio desse pulhas . Teriam feito com ele o que fizeram com Dilma , que parece ter se negado a comprá-los.Não a deixaram governar, fizeram o possível e o impossivel para destituí-la.Eles não tiraram a presidente do país. E o golpe, realmente não foi contra Dilma.E’ muito mais que isto.E’ a vitoria dos corruptos maiores e mais experientes.

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  6. Adão Silva // 17/05/2016 às 2:29 pm // Responder

    O Brasil e os brasileiros sofreram um Golpe de Estado, o país já encontra-se mergulhado em um processo de retrocesso das conquistas sociais, ao contrário do que sempre se quis, este país não é constituído por um povo tão pacífico assim, caminhamos a passos largos para uma guerra civil em defesa dos direitos adquiridos e das conquistas sociais alcançadas, tudo isso devido a fome de poder de uma elite da bíblia, da bala e do boi a serviço dos interesses daqueles que por não conseguirem pacificar o Oriente Médio buscam riquezas como petróleo na América Latina. Lamentavelmente, aqueles que apoiaram o Golpe de Estado nas ruas, foram usados como sempre fez a mídia brasileira.

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  7. http://blogln.ning.com/profiles/blog/list?user=059yzqrcrej8i O INICIO DO GOLPE INSTITUCIONAL EM CURSO NO BRASIL. URGE DENUNCIAR DE FORMA OSTENSIVA, O GOLPE FASCIO-IMPERIALISTA CONTRA A DEMOCRACIA!!!

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  8. Golpi, gopi… Vermelho filho da mae

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  9. Republicou isso em tyrsoreblog.

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  10. Desculpem, mas o presente texto não merece resposta, tampouco quaisquer comentário, pois carece de fundamentação legislativa, quiçá, nem por culpa do autor, por estar morando fora do país, em Paris.

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  11. Conheço Michael Lowy pessoalmente e até admiro alguns dos seus livros, particularmente, uma das suas primeiras produções, o livro que se me bem lembro, chamava-se “A teoria da revolução no jovem Marx”. Nesse livro ele fez uma análise brilhante da ruptura de Marx com o idealismo anterior, bem expressa nas Teses.
    Mas, ele não entende nada do Brasil. Ele mora em Paris. Eu moro no Brasil e conheço por dentro o PT, militei com Palocci, dividia uma casa entre o Jornal Metalúrgico, O Corneta, e um núcleo do PT, comandado por Zé Dirceu. Antes disso, em 1987, na eleição do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, a CUT, a mando de Lula, lançou um segundo candidato da CUT, Lúcio Belantani saía pela CUT, era o presidente da Comissão de Fábrica do Ipiranga, liderava mais de mil operários. Mas, o que fez a CUT e o Lula, assim como a DS? Para dividir, lançou Chico Gordo como candidato. Leiam na Internet, entrevista do próprio Chico Gordo em que ele reconhece que foi o maior erro da vida dele. Lúcio teria ganho a eleição e derrotado Medeiros. Destruído a Força sindical. Chico Gordo tirou os poucos votos que teriam levado a CUT e Lúcio a controlar os dois principais sindicatos de metalúrgicos do Brasil. Aqueles do ABCD e de SP.

    Não foi golpe não, o PT, na verdade, que sempre foi um golpe!

    E a Dilma é uma inocente?
    Quando começou o aprofundamento do Petrolão, quem era A Ministra das Minas e Energia?, Pior ainda, quando presidente(a) da república o seu Ministro das Minas e Energia era o Lobão (o próprio nome do indivíduo já diz tudo, conta-se que quem agendava os encontros excusos do Lobão era o filho do Sarney!)

    Não foi golpe não!

    Foi o povo brasileiro que foi golpeado por 15 anos de PT!

    Mas, pobre Lowy, tem marxismo que se resume em escrever livros e mais livros, mas nunca desceu nas fábricas, nos sindicatos do Brasil e mesmo nunca conheceu o que é o PT por dentro.

    abraço,

    Hector Benoit

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  12. Michel Lõwy, estou lendo “Naissance de l’ideologie fasciste” como vivo neste pais não posso deixar de ver semelhanças em uma pratica “petista” e uma pratica fascista, quando Mussolini ainda se dizia socialista mas marchava para o nacional socialismo. As semelhanças me preocupam demais.

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  13. Me parece um debate teórico, onde todos perdem, mas ninguém ganha. Argumentos vão existir para ambos os lados, despertando amor é ódio. Assim ocorreu com amigos, famílias, etc, sem que ninguém conseguisse convencer nada a ninguém! Só resta lamentar o impasse em que o país chegou! Bem, EU lamento é a condução da política pelo presidente, que colocou o lobo para ajudar a tomar conta do galinheiro (vice do PMDB?!?!). Depois fez “ajustes” técnicos no governo, ignorando a política, em nome da “boa gestão”! É CLARO que iria despertar IRA!!! Ignorou encaminhamento do próprio partido!!! Como último gesto, em desespero, nomeou LULA (aqui uma ressalva: acredito que foi para salvar o governo e não o Lula!). Deu no que deu!!! Agora só nos resta reconquistar tudo de novo: a simpatia do povo, a credibilidade da classe média e a confiança dos empresários! Tudo por causa de um “pequeno” erro estratégico (e não político) de alguém que (talvez) nunca soube fazer política!

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  14. As manifestações que prepararam o terreno para este golpe de 2016 foram deflagradas pelo MPL, em 2013, por conta dos 0,20 centavos. Manifestações marcadas por um acentuado antipetismo: quem não se lembra do ataque à sede da Prefeitura de São Paulo? O tão propalado slogan daquela “primavera” juvenil brasileira, “o gigante acordou”, acabou levando à eleição, em 2014, do Congresso mais retrógrado e conservador, em décadas!
    É oportuno lembrar: o inquérito sobre o suposto esquema de fraudes em licitações no sistema de trens e metrô de São Paulo já estava no STF desde dezembro de 2013! Nunca o MPL liderou qualquer manifestação popular contra esse ‘trensalão’ que envolve políticos do PSDB!.
    No entanto, em janeiro de 2014, M. Löwy ainda escrevia, neste mesmo blog: “Nós temos muito que aprender com o MPL…” Agora, com este Congresso que está aí, deu no que deu: os brasileiros estão pagando a conta do golpe mas o PSDB, a CIA e as grandes corporações agradecem!

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  15. Francisca ferreira da silva // 19/05/2016 às 5:05 am // Responder

    O STF perdeu todas as estancias de vergonha,não são guardiões da constituição,se fazem de leigos,o Gilmar Mendes e o Dias Toffoli tem sindo uma afronta a justiça e ao povo brasileiro.O STF deveria pedir explicações era aos seus dois ministros corruptos e corruptores.A corte brasileira serve de expiração para um filme que tenha o titulo,A corte do diabo STF continuação do filme o advogado do diabo.

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  16. Sergio Cavalcanti // 20/05/2016 às 4:49 am // Responder

    Porque esse marxista não vai morar na Venezuela?

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  17. Interessante como a dita “esquerda” é superestrutural! Comentei sobre a eleição do Sindicato dos Metalúrgicos de SP de 1987, quando Lúcio Belantani comandava a Comissão de Fábrica da Ford do Ipiranga, e era seguido por mais de mil metalúrgicos, Ninguém falou nada sobre isso nos seus comentários, pois, nem sabem da história propriamente dita, aquela da estrutura social.
    Lúcio saiu numa chapa da CUT, depois, Lula e a DS, articularam uma outra chapa com o Chico Gordo. Como disse, leiam na Internet, entrevista recente do Chico Gordo e ele comenta, “foi o maior erro da minha vida”. Lúcio perdeu por poucos votos para o Medeiros e daí se fortaleceu a Força Sindical, que nunca mais perdeu o sindicato de São Paulo. Ora, caso Lúcio tivesse vencido, a CUT controlaria os dois maiores sindicatos de metalúrgicos do Brasil, que, em cadeia, significam toda uma série de empresas que produzem para a indústria metalúrgica.
    Mas, Lula preferiu dividir o Movimento Operário. ali, em 1987, se decidiu em parte toda a história recente do Movimento Operário brasileiro! E Lula estava no comando dessa articulação grotesca para não perder o poder para o Lúcio, hoje, esquecido. Assim, olhando “o conjunto da obra”, Lula é o maior traidor da classe operária brasileira. Depois, claro, no poder, podemos lembrar a Petrobrás, a Eletrobrás, a indicação de Dilma para presidente, “a mãe do PAC” ou talvez a mãe de milhões e milhões de desempregados, as alianças espúrias com o PMDB, com Maluf, com Renan, com Collor…Mas, tudo isso é superestrutural. Sendo marxista, eu me lembro mais de 1987.

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  18. Republicou isso em estado de direito e direitos fundamentaise comentado:
    Resuminho do Michael Lowy:
    “O que a tragédia de 1964 e a farsa de 2016 têm em comum é o ódio à democracia. Os dois episódios revelam o profundo desprezo que as classes dominantes brasileiras têm pela democracia e pela vontade popular.”

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  19. Dá uma olhada no vídeo sobre o assunto, no Canal É Treta. Se curtir deixa o like e se inscreve no canal.
    Badauê #5 – “Carnaimpeachment”
    http://www.youtube.com/watch?v=loDJnaXzNEg

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  20. Muitos Irmãos e Irmãs Portugueses seguem com grande angustia e tristeza o golpe de estado no Brasil… Por cá, por Portugal há quem não cale.

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  21. Roberto Reginaldo // 31/08/2016 às 7:49 pm // Responder

    Mídia submissa? Mídia interessada e atuante no golpe.

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